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sábado, 8 de setembro de 2018
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Cinco Curtas Exortações
Cinco Curtas Exortações
Ele dá cinco breves
exortações. Se essas coisas fossem praticadas, os coríntios teriam uma
assembleia feliz e saudável.
A primeira exortação é “regozijai-vos”.
Isso só resultaria ao seguir em comunhão com o Senhor.
A segunda é “sede aperfeiçoados”
(JND). Esta é uma referência ao cumprimento de sua responsabilidade em lidar
com a questão pendente em seu meio – ou seja, permitir que os falsos mestres
ministrem.
A terceira é “sede
encorajados” (JND). Esta é uma referência direta à necessidade de receber
as admoestações que Paulo lhes deu nesta carta em um bom espírito.
A quarta é “tende um mesmo
espírito” – (ATB). Isso estava ligado à sua necessidade de ter unidade de
pensamento na assembleia.
A quinta é “vivei em paz”.
Isso resultaria de terem unidade de pensamento o que levaria à unidade de ação,
que é tão importante na vida em assembleia.
Se os coríntios considerassem essas exortações finais, eles
poderiam contar com “o Deus de amor e
paz” estando “com” eles. Ele já
estava no meio deles, mas se continuassem em bom estado, isso seria manifestado
em poder.
- “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo” (v. 12) é uma expressão da comunhão uns com os outros.
- “Todos os santos” saúdam os coríntios (v. 13), é uma expressão da comunhão com outras assembleias.
- “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos” (v. 14) é comunhão com a Divina Trindade.
A Saudação Final
A Saudação Final
Vs. 11-14 – Então, na saudação final, vemos que Paulo não
pretendia apenas restaurar a comunhão dos coríntios consigo mesmo, mas também
uns com os outros e com todos os santos – e com “o Deus de amor e paz”.
Oração do Apóstolo pelos Coríntios
Oração do Apóstolo pelos Coríntios
Vs. 7-10 – No encerramento da epístola, Paulo expressa seu desejo
e oração por eles como uma assembleia. Ele ora para que eles “não façam mal” em desafiar seu
apostolado e permitir que os falsos mestres tenham livre domínio na assembleia.
Ele deixa claro que sua oração não era
para que ele e seus cooperadores fossem “achados”
em uma melhor luz e fossem “aprovados”,
mas que eles se comportassem corretamente como uma assembleia Cristã deveria
ser nestes assuntos. Em outras palavras, não queria que fizessem isso apenas
para que ele e seus cooperadores parecessem aprovados, mas que continuariam
corretamente, mesmo que isso significasse que ele, e aqueles com ele,
parecessem “reprovados”. Aqui vemos
outro exemplo da disposição de Paulo em sacrificar sua reputação pessoal se
isso significasse que outros seguiriam com o Senhor. Isso mostrou que não
estava no ministério para se promover. O Sr. W. MacDonald disse: “Se Paulo
fosse a Corinto com uma vara e afirmasse sua autoridade, e conseguisse obter
obediência às suas instruções relativas à disciplina, então ele poderia usar
isso como um argumento contra os falsos mestres. Ele poderia dizer que isso era
evidência de sua autoridade legal. Mas ele preferiria que os coríntios tomassem
as medidas necessárias sozinhos, na sua ausência, mesmo que isso pudesse
colocá-lo sob uma luz desfavorável no que diz respeito aos legalistas”.
V. 8 – Paulo e os outros apóstolos fizeram apenas aquilo que promovia
“a verdade”. Ao dizer isso, ele
queria apagar qualquer pensamento que eles pudessem ter tido de que estava
agindo em vingança pessoal em relação aos falsos mestres; todas as suas
instruções eram “pela verdade” e
pela glória de Deus.
V. 9 – Paulo também orou pelo “aperfeiçoamento”
(ARA) deles quanto à sua condição coletiva como assembleia. Ele diz que, se sua
fraqueza, humilhação e reprovação resultassem no fortalecimento deles nas
coisas de Deus, então ele estaria “feliz”
(KJV) por isso. Isso novamente mostra a total abnegação do apóstolo.
V. 10 – Ele explica porque escreveu a epístola.
Ele escreveu “estando ausente”
deles, esperando que isso os exercitasse ainda mais para corrigir os problemas
remanescentes entre eles – a saber, a permissão de falsos mestres entre eles e
o questionamento do apostolado de Paulo. “Estando
presente” com eles, teria de “usar
rigor” de acordo com seu poder apostólico e, assim, iria tratar com o mal
que ainda estava no meio deles. Mas ele não queria fazer isso, porque o
primeiro propósito de seu poder apostólico era para a “edificação” dos santos, e não para sua “destruição”. Ele já havia mencionado isso no capítulo 10:8.
OBSERVAÇÕES FINAIS
OBSERVAÇÕES FINAIS
Capítulo 13:1-2 – Paulo conclui a defesa de seu apostolado dando
uma advertência solene em vista da aproximação de sua visita a Corinto. Se não
houvesse arrependimento e correção por parte dos coríntios em relação à
permissão dos falsos mestres no meio deles, ele acharia necessário demonstrar
sua autoridade apostólica exercendo disciplina sobre eles.
Ele faz uma “terceira”
proposta para ir até eles “pela segunda
vez”, lembrando-lhes de que se fosse e os encontrasse em um estado tal como
temia, ele “não lhes perdoaria”, mas
trataria com a assembleia em julgamento. Tal, é claro, seria fundamentado em
fatos bem comprovados, porque todas as ações disciplinares devem estar de
acordo com o princípio: “Por boca de
duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra”.
Capítulo 13:3-6 – Por meio da influência dos falsos apóstolos e
obreiros entre os coríntios, eles realmente pediram a Paulo por “uma prova de que Cristo fala” por meio
dele! Antes de responder a essa objeção, em um parêntese do meio do versículo 3
ao versículo 4, Paulo lhes diz que muitas vezes Deus trabalha por meio de
fraqueza externa. Ele aponta para o próprio Senhor. O Senhor não era “fraco” para com os coríntios quando o
evangelho os alcançou; Ele fez uma tremenda revolução em suas vidas
abençoando-os por seu recebimento em fé como seu Salvador (v. 3b). Mas na vida
e ministério do Senhor na Terra, estava cercado de fraqueza externa e foi “crucificado em fraqueza” (ARA).
Contudo, na ressurreição, o Senhor vive “pelo
poder de Deus”. Esse mesmo poder opera no ministério por meio dos fracos servos
do Senhor para com os santos. Os coríntios, no entanto, veriam o poder de Deus
para com eles de outra maneira, se continuassem a permitir aquele ambiente de falsos
apóstolos circulando entre eles – e não seria uma coisa agradável. Paulo teria
que exercer o juízo quando viesse.
Então, nos versículos 5-6, Paulo assume o desafio de seus
opositores quanto a se Cristo estava realmente falando nele. Os falsos mestres
entre eles haviam questionado seu apostolado, e os coríntios tolamente
escutaram esses questionamentos. Mas eles eram as últimas pessoas que deveriam
ter dúvidas sobre se Cristo havia falado por meio de Paulo. Isso mostra que
estavam sob a influência da ideologia grega da época que idolatrava a força e a
beleza humanas, e haviam interpretado erroneamente a fraqueza corporal de
Paulo, e isso os levou a concluir que ele não era um apóstolo de Cristo. A
resposta de Paulo a esses pensamentos mundanos é: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé”. Sendo seus
convertidos, eles eram a prova de seu apostolado. Se queriam credenciais, tudo
o que tinham de fazer era olhar para si mesmos!
O versículo 5 tem sido frequentemente transformado em um apelo
para autoexame, e até mesmo fez com que alguns duvidassem de sua salvação. As
Escrituras não ensinam que devemos olhar dentro de nós mesmos para encontrar a
certeza de nossa salvação; isso só levará às dúvidas e ao desânimo. Devemos
olhar para trás, para a cruz, para
agradecer a Ele por tudo o que fez; olhar para frente para confiar n’Ele para o que está por vir; olhar para cima para esperar Sua vinda a qualquer
momento; olhar ao redor para
servi-Lo; mas nunca olhar para dentro. A introspecção é uma coisa perigosa – invariavelmente
leva à ocupação consigo mesmo e ao desânimo.
A certeza da nossa salvação provém de considerar o que Deus disse
em Sua Palavra. O “testemunho” é
encontrado em Sua Palavra (Hb 10:15-17), não em nós mesmos. Descansar na fé no
que a Palavra de Deus diz sobre Cristo ressuscitado e nossa aceitação n’Ele é o
que dá paz interior (Rm 8:1-6).
Paulo não estava pedindo que se engajassem no autoexame como prova
de sua salvação, mas sim que encontrariam na sua própria salvação uma prova de
seu apostolado. Com um tom de ironia, ele acrescenta que, a não ser, é claro,
eles estivessem “reprovados” –
impostores sem valor e inúteis. O que eles estavam insinuando de Paulo
significava que eles mesmos não eram salvos! Se fosse esse o caso, então Cristo
não estava falando por meio dele. No entanto, Paulo estava confiante de que
depois de terem feito um exame rápido de si mesmos como estando definitivamente
na fé, eles saberiam que ele não era um impostor, mas um apóstolo de fato. Ele
diz: “Mas espero que entendereis que nós
não somos reprovados” (v. 6).
Um Apóstolo de Cristo tem Poder do Senhor para Fazer Sinais e Maravilhas
Um Apóstolo de Cristo tem Poder do Senhor para Fazer Sinais e Maravilhas
Capítulo 12:11-12 – Os oponentes de Paulo o “constrangeram” a adotar um método de defesa, que ele declara ser “néscio”. Ele agora começa a falar de
outra prova de seu apostolado – “sinais,
prodígios e maravilhas”. É interessante que Paulo tenha deixado isso para a
última de suas demonstrações; nós provavelmente teríamos manifestado isso
primeiro.
Antes de se referir a esses sinais e maravilhas, Paulo parece usar
um pouco de ironia ao mencionar primeiro a “paciência”.
Com efeito, ele diz: “Como vocês poderiam questionar se eu sou um apóstolo?
Basta olhar para toda a paciência que tive com vocês; isso em si deve provar
que eu o sou!”. Quando se tratava de sinais, prodígios e maravilhas, os coríntios
deveriam ter sido os que o recomendassem, pois fizera muitos milagres no meio
deles. Se surgisse uma pergunta dos opositores de Paulo, eles deveriam estar
prontos para enfrentar o desafio e defendê-lo. Eles, entre todo mundo, haviam
testemunhado a prova de que ele não foi em nada “inferior
aos mais excelentes apóstolos”.
Capítulos 12:13-15 – Continuando sua ironia, Paulo pergunta se
havia alguma coisa em particular que houvesse feito aos coríntios que os
levaria a duvidar de sua autoridade como apóstolo. Eles não ficavam atrás de
nenhuma assembleia em dons espirituais (1 Co 1:7), mas neste assunto ele diz
que foram “inferiores às outras
assembleias” (JND), pois as outras assembleias o reconheceram como um
apóstolo. Ele pergunta se foi sua recusa abnegada para não ser pesado com
remuneração financeira por seus trabalhos. Se assim for, ele diz que devem
exercer a verdadeira graça Cristã e perdoá-lo “este agravo”.
Ele diz que, se sua “terceira”
proposta da prometida segunda visita fosse realizada, ele faria a mesma coisa
novamente, e não lhes seria “pesado”,
porque queria que soubessem que seus motivos para com eles eram puros. Ele não
tinha interesse em tirar nada deles. Ele diz: “Pois
que não busco o que é vosso, mas sim a vós”. Como um verdadeiro pai em Cristo, Paulo estava
preparado para provê-los. Ele não queria tirar deles; queria dar a eles
(espiritualmente). Mesmo na vida natural
“não
devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos”.
Essa mesma ordem deveria prevalecer nas coisas espirituais. Ele com satisfação
pôde dizer “gastarei tudo e serei
inteiramente gasto por amor das vossas almas” (ATB). “Gastar” é
voluntariamente se utilizar de recursos próprios e dar onde houver necessidade.
“Ser gasto” é ter alguém que tire proveito dos recursos alheios sem o seu
consentimento. Em ambos os casos, Paulo estava feliz por isso em relação ao seu
cuidado com o estado dos coríntios. Se isso significasse que cresceriam nas
coisas de Deus, ele estava disposto a isso. Eles receberam muito dele, mas não
apreciaram. Ele diz: “ainda que,
amando-vos cada vez mais, seja menos amado”.
Capítulo 12:16-18 – Paulo previu que quando os coríntios recebessem esta carta
da mão de “Tito” e “um irmão”, poderiam acusá-lo de
tentar se ressarcir a
si próprio. Ele percebeu que não estava longe deles o acusarem de manter uma
aparência de não tirar nada deles, mas na realidade enviar aqueles irmãos para
receber por ele. Por isso, Paulo se ocupa dessa falsa acusação e responde: “sendo astuto, vos tomei com dolo”. Ele
já havia dito nos capítulos 8-9 que a coleta que Tito e o outro irmão iriam
pegar com eles era para os santos pobres em Jerusalém; não era para ele. O
mesmo espírito que havia em Paulo em seus labores entre os coríntios estava
naqueles que trabalhavam com ele. Ele diz que andaram com o “mesmo espírito” e nas “mesmas pisadas” dele e que recusariam
todos os benefícios.
Capítulo 12:19 – Ao falar dessa maneira, os coríntios poderiam ter
pensado que Paulo estava tentando se justificar. Paulo se antecipa a isso
também, dizendo que ele e seus cooperadores não estavam tentando “se desculpar”, mas falavam “em Cristo perante Deus” com uma boa
consciência de que estavam afirmando a verdade. Eles procuravam fazer “todas as coisas” (ATB) para a “edificação” deles, e não se
rebaixariam a tais métodos dissimulados para obter dinheiro dos coríntios.
Capítulo 12:20-21 – Apesar do bom resultado que a primeira
epístola produziu, Paulo temia que, quando novamente visitasse Corinto, os
encontrasse em péssimo estado. Ele temia isso porque sabia que, se os falsos
mestres permanecessem entre eles, sua influência maligna corromperia a moral
dos coríntios. Isso mostra que má doutrina leva à prática do mal. Paulo
declarou esse fato a Timóteo dizendo: “Mas
evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade” (2 Tm
2:16). Por outro lado, a boa doutrina estabelece uma base na alma que produz
bons costumes. Paulo falava “da verdade,
que é segundo a piedade” (Tt 1:1). Isso mostra o quão sério era a questão
de ter esses falsos obreiros entre os coríntios.
Além disso, Paulo menciona que “pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos,
tumultos” levariam a pecados maiores de
“imundícia, fornicação e desonestidade”. Isso levaria toda a assembleia à
destruição. Ele sabia que se não tivessem “se
arrependido” de seus antigos pecados dos seus dias antes da conversão, tais
pecados voltariam para suas vidas por meio da influência desses professores
malignos.
J. N. Darby apontou que o capítulo 12 começa com o mais alto
privilégio que um Cristão poderia ter e depois encerra com o mais baixo dos
pecados que um Cristão poderia cometer. Entre os dois há “o poder de Cristo” disponível a todos os crentes para produzir o
bem e deter o mal.
CONCLUSÃO: Em cada uma dessas marcas de um verdadeiro
apóstolo, Paulo mostrou que fora aprovado e,
portanto, era um apóstolo de fato. Ele também mostrou que os falsos mestres
entre os coríntios não passaram no teste das marcas que distinguem um apóstolo
e, assim, provaram que eram falsos apóstolos.
Três Céus nas Escrituras
Três Céus nas Escrituras
- Os “céus” estelares – os céus físicos (Gn 1:1; Sl 19:1).
- Os “lugares celestiais” – o esfera da atividade espiritual (Ef 1:3).
- O “terceiro céu” – a morada de Deus (2 Co 12:2).
Paulo chama o terceiro céu de “paraíso”.
É uma cena de alegria, beleza e glória onde Deus habita em luz e amor. É onde o
ladrão na cruz foi imediatamente após a morte (Lc 23:43) e onde todos os
redimidos estão ou estarão.
Capítulo 12:5-6 – Em vez de se gloriar nessa maravilhosa experiência,
Paulo nos fala das “enfermidades” (KJV)
que o Senhor permitiu que tivesse quando voltou à consciência, na Terra. Isso
mais uma vez é uma prova de sua humildade.
Capítulo 12:7 – Tais eram as elevadas visões e revelações que
Paulo experimentou que havia perigo de o orgulho surgir em seu coração. A carne
nele não havia mudado pela experiência. Por isso, o Senhor permitiu um “mensageiro de Satanás” para o “esbofetear” com uma aflição corporal
desconhecida. Paulo chama isso de “um
espinho na carne”. Se o Senhor não tivesse feito isso, a carne teria se
intrometido no trabalho de Paulo e estragado sua utilidade no serviço. Em
condições normais, a carne deve ser mantida inativa
no crente pelo andar no Espírito (Rm 6:11-14; Gl
5:16). Mas esta não era uma experiência comum e, portanto, exigiu um especial “espinho na carne”.
Isso nos mostra que a carne não é erradicada do crente por ter uma
elevada experiência espiritual, como o Movimento de Santidade falsamente afirma. Magníficos
privilégios e experiências espirituais não mudam a carne – nem mesmo de um
apóstolo. Paulo não precisou do espinho quando foi arrebatado para o terceiro
céu, mas precisou quando voltou à Terra.
Paulo não diz qual era o “espinho”,
apenas que era uma enfermidade (v. 9). Foi alguma doença ou chaga corporal. Alguns
especularam que, porque ele se refere a um problema que tinha com os olhos
quando escreveu aos gálatas, que talvez fosse uma doença em seus olhos (Gl
4:15). Tudo o que realmente sabemos é que foi algo que fez Paulo desprezível
aos olhos dos outros e, portanto, foi usado pelo Senhor para impedi-lo de exaltar-se
com orgulho. O espinho não foi enviado para corrigir o mal da carne em
Paulo – pois a carne não pode ser corrigida (Jo 3:6) – mas ajudá-lo em uma
medida preventiva contra a carne se deixar levar pela sua própria importância.
Assim,
o espinho teve um efeito duplo em Paulo:
- Mantinha-o em humilde dependência do Senhor.
- Guardou os santos de exaltá-lo como algum excepcional servo de Deus.
Ele diz: “Para que não me
exaltasse”. Algumas versões acrescentam “demais”, mas essa palavra não está
no texto grego. Ela faz parecer que Paulo estava dizendo que seria aceitável
exaltar a si mesmo, mas não muito. Isso, é claro, não transmite o ponto que
Paulo estava expondo. A exaltação própria é sempre perigosa – mesmo que um
pouco dela. Guardemo-nos de ter um espírito pretensioso e arrogante que
aproveitasse algum incidente ou experiência em nossas vidas que pudéssemos usar
para nos exaltar e que desse aos outros uma impressão de uma espiritualidade e
devoção que realmente não possuímos.
Capítulo 12:8-10 – Paulo inicialmente pensou que o espinho o
atrapalharia no seu serviço, e diz que “acerca disto três vezes implorei ao
Senhor que o espinho se apartasse de mim”
(ATB). Em perfeita sabedoria, o Senhor respondeu à
sua oração, mas não ao seu pedido da oração. O Senhor não removeu a aflição,
mas usou-a para ensinar a Paulo algumas importantes lições espirituais que
trabalhariam para preservá-lo em seu serviço. Quando ele discerniu que não era
a vontade do Senhor tirar-lhe a provação, se submeteu “de boa vontade”, pois só queria ter a vontade do Senhor em sua
vida. Em troca, o Senhor lhe deu a garantia de Sua suficiência em graça para
sustentá-lo na enfermidade, e isso confortou seu coração. Isso permitiu suportasse
suas enfermidades, censuras, sofrimentos, etc. Se o Senhor nos deu algum fardo
ou aflição para suportar, não vamos nos queixar disso, mas nos submeter à Sua
vontade na questão – pode ser o Seu modo de nos preservar no caminho, e nos
fazer úteis em Seu serviço.
O resultado imediato da submissão de Paulo no assunto foi que “o poder de Cristo” habitou nele. Todos
os que testemunharam seu ministério viram o Senhor operando por meio dele, e
isso lhes causou uma profunda impressão. Assim, a mesma coisa que Paulo pensava
que atrapalharia seu serviço, na verdade, ajudou-o nele! Ele aprendeu pelo
menos duas grandes coisas com a provação:
- A graça do Senhor é suficiente para sustentar o Seu povo nas provações mais difíceis.
- Fraqueza na provação pode se tornar-se ocasião para manifestar o poder do Senhor.
Isso mostra outra marca que distingue um apóstolo, que ninguém
quer ter – ele tem disciplina especial do
Senhor por causa das sublimes revelações que lhes foram dadas e do trabalho que
é chamado a fazer. O que distinguiu Paulo como um verdadeiro apóstolo de
Cristo não foi apenas o fato de ter essas visões e revelações – porque outros
profetas verdadeiros nos primeiros dias da Igreja também os tiveram (Ef 3:5) – mas
que precisou de disciplina especial na escola de Deus para mantê-lo humilde e
útil. Não há registro desses falsos apóstolos tendo essa credencial. Eles
podiam ter invejado o apostolado de Paulo, mas nenhum deles invejava sua
disciplina. Eles podiam alegar serem apóstolos e terem revelações, etc., mas
deixem que nos mostrem seu “espinho”
na carne que comprovaria isso.
A lição prática para nós aqui é que Deus pode fazer muito mais com
um homem quebrado do que com um homem que parece forte em sua própria força. As
pessoas dizem: “Eu quero me sentir forte”. Mas o que elas precisam sentir é sua
própria fraqueza, porque então o poder do Senhor pode operar por meio delas, e
Ele recebe a glória. Paulo disse: “Quando
estou fraco, então sou forte”.
Um Apóstolo de Cristo Recebe Visões e Revelações Especiais
Um Apóstolo de Cristo Recebe Visões e Revelações Especiais
Capítulo 12 – Nos dois últimos capítulos da epístola, Paulo
continua a falar das marcas que distinguem um verdadeiro apóstolo e assim
defende seu apostolado. Mas nesses capítulos, não mais compara os falsos
apóstolos com os verdadeiros – na verdade, eles não são mais mencionados na
epístola. Em vez disso, Paulo faz uma comparação entre ele mesmo e aqueles que
eram verdadeiros apóstolos, e mostra que ele “em
nada foi inferior” a eles (cap. 12:11), assim, ele prova seu apostolado de uma
perspectiva diferente.
Neste capítulo (12), Paulo chega às “visões
e revelações do Senhor” – outra característica distintiva de um
verdadeiro apóstolo. Novamente, isso é algo que um servo do Senhor hoje em dia
não pode alegar ter. Tais revelações foram dadas aos apóstolos e profetas nos
anos iniciais da Igreja, quando a verdade da presente dispensação estava em
processo de ser “dada aos santos”
(Jd 3). Uma vez que a verdade foi registrada nas Sagradas Escrituras e tendo os
apóstolos já saído de cena, as
visões e revelações que Deus deu quando estava estabelecendo o Cristianismo não são mais
necessárias.
No capítulo 11, Paulo falou de ser “humilhado” da maneira mais indigna; agora, no capítulo 12, fala de
ser “arrebatado” da maneira mais
majestosa. No capítulo 11, ele se gloriou em seus sofrimentos; aqui no capítulo
12 Paulo se gloria, não nas visões e revelações dadas a ele, mas em suas
fraquezas (vs. 5, 9). As experiências do capítulo anterior foram no corpo, mas neste capítulo a
experiência era algo fora do corpo,
embora diga que não podia ter certeza de que foi.
Capítulo 12:1-4 – Paulo afirma novamente que era repugnante para
ele se gloriar em si mesmo, mas se sentiu compelido a fazê-lo para silenciar
seus críticos.
Ele agora relata algo que aparentemente manteve para si mesmo por
quatorze anos. Esta foi outra evidência de humildade; uma pessoa comum teria
declarado isso para todo mundo. Ele foi “arrebatado
até ao terceiro céu”, que ele diz ser “paraíso”,
onde ouviu palavras “inefáveis [indizíveis – ATB]”. Essa experiência coincide com o incidente em Listra quando foi
apedrejado para a morte (At 14:19). Ambos os fatos haviam acontecido “quatorze anos” antes. Aparentemente,
ele estava tendo essa sublime experiência de ser levado ao paraíso enquanto
eles arrastavam seu corpo morto para fora da cidade.
A visão e revelação do Senhor foi um privilégio especial dado a
ele para sua própria iluminação e fortalecimento espiritual. Ao relatar a
experiência, ele não fala de si mesmo como um apóstolo de Cristo, mas como “um homem em Cristo”. Isto não é porque
ele não fosse um apóstolo, mas porque queria mostrar que isso não está além da
experiência de todo Cristão, pois todo Cristão é “um homem em Cristo”. É a posição de todo crente na raça da nova criação
em Cristo (2 Co 5:17). Será um privilégio de todos, na nova raça de homens, ter
essa experiência quando forem chamados à presença do Senhor, seja quando
morrerem ou na vinda do Senhor.
Ao dizer: “um homem em
Cristo”, “tal homem”, “de um [homem] assim”, etc., Paulo mostra que quando uma pessoa está
conscientemente na presença do Senhor, ela não se gloria em si mesma. Muito ao
contrário, estando no gozo das coisas celestiais, perde toda a visão de si
mesmo. Que livramento abençoado é esse! Alguém poderia pensar que, se alguma
vez houvesse algo em que alguém pudesse se gloriar, seria essa experiência.
Paulo prefere não entrar nos detalhes, mas afirma que o que experimentou “ao homem não é lícito falar”
aos outros na Terra em seus corpos mortais.
Ele “ouviu palavras
inefáveis, de que ao homem não é lícito falar”. Isso não significa que ele viu e ouviu
declarações misteriosas que eram ininteligíveis para ele, mas que não temos
palavras em nossa linguagem terrena para expressar a experiência. A experiência
era indizível, mas não ininteligível. Paulo entendeu o que experimentou, mas
não conseguiria expressá-lo em linguagem humana.
Um Apóstolo de Cristo Sofre pela Verdade que ele Leva
Um Apóstolo de Cristo Sofre pela Verdade que ele Leva
Capítulo
11:16-33 – Outra coisa que caracteriza um verdadeiro apóstolo de Cristo é que ele paga um preço por levar a verdade
sofrendo perseguição. Os historiadores bíblicos registraram que todo
apóstolo do Senhor Jesus Cristo sofreu o martírio, exceto João – embora tenham
tentado matá-lo.
Vs.
16-20 – De forma a introduzir esta próxima marca de um apóstolo, Paulo
novamente expressa sua relutância em falar de si mesmo, mas sentiu que era
necessário para expor corretamente esses falsos obreiros. Ao dizer essas coisas
sobre si mesmo, ele confiou que “ninguém” o julgaria “insensato”. Mas se os coríntios o
vissem como tal, eles deveriam estar felizes em recebê-lo “como insensato”. Paulo diz: “de
boa mente tolerais os insensatos” – uma alusão ao fato de permitirem que
esses charlatões estivessem entre eles e até mesmo os apoiasse. Na essência,
Paulo estava dizendo: “Eu sei que é tolice alguém gloriar-se de si mesmo, mas
desde que vocês permitem uma boa parte daqueles que se exaltam a si mesmos e vos
devoram e vos fazem cativos – se pensam que estou me gloriando, tenho certeza
que vão me perdoar por dedicar-me a isso na tentativa de explicar”. Se eles
estavam dispostos a tolerar os professores judaizantes entre eles, então
deveriam dar a Paulo algum espaço para fazê-lo sem críticas. Assim, ele usou um
toque de ironia aqui.
Vs. 21-22 – Paulo então se volta para falar do assunto de sofrer “reprovação” (KJV). Não tendo
verdadeiras credenciais do Senhor, esses falsos obreiros estavam indicando
falsas credenciais que de modo algum provavam que eram verdadeiros apóstolos.
Eles não podiam usar sua herança e outras coisas naturais para provar que eram
apóstolos e Paulo não, porque ele tinha essas credenciais também. Se apontassem
para o discurso “ousado” deles,
Paulo poderia fazer o mesmo. Se apontassem para a descendência deles dos “Hebreus” (orgulho de raça), Paulo
também poderia. Se alegassem que eram “Israelitas”
(os privilégios peculiares daquela nação), Paulo também poderia. Se fossem suas
conexões familiares com “Abraão”
(suas promessas especiais de bênção), Paulo também poderia reivindicar isso (v.
22). Mas essas coisas de maneira alguma provam que uma pessoa é apóstolo de
Cristo.
Vs. 23-27 – Paulo prossegue mostrando que se eles ousassem alegar
que eram verdadeiros “ministros de
Cristo”, então deveriam ter sua participação dos sofrimentos de Cristo,
como ele teve. Paulo e os outros apóstolos traziam as marcas dos sofrimentos de
Cristo em seus corpos. Ele fala disso em Gl 6:17, dizendo: “trago
no meu corpo as marcas do Senhor Jesus”. Se alguém questionasse o apostolado de Paulo,
tudo o que eles tinham de fazer era olhar para aquelas marcas – elas atestam o
fato de que era um verdadeiro apóstolo. Mas isso estava faltando a esses falsos
mestres; não há evidência de que sofreram por Cristo. O apóstolo João diz que
uma grande indicação reveladora de falsos profetas é que “o mundo os ouve” (1 Jo 4:5). Eles são aceitos pelo mundo porque
falam coisas que o mundo entende. Assim, o mundo não lança sua reprovação sobre
eles. Esta é uma evidência convincente de que eram falsos esses supostos
ministros de Cristo.
Paulo toma a liberdade de continuar um pouco sobre o assunto de
sofrimento para mostrar o que deve suportar um apóstolo de Cristo, pelo amor de
Seu nome. O Senhor disse de Paulo: “E Eu
lhe mostrarei quanto deve padecer pelo Meu nome” (At 9:16). Isto foi
certamente cumprido em sua vida como um apóstolo. É Paulo como que dizendo: “Vocês
me forçaram a
gloriar-me em mim mesmo; mas não vou falar de coisas pelas quais as pessoas me
invejassem; Eu falarei daquilo que ninguém desejaria – meus sofrimentos por
Cristo no evangelho”. Ele então se lança na prova mais convincente de ser um
apóstolo. Ele coloca diante de nós um registro comovente de seus sofrimentos
por Cristo, listando umas 25 coisas – muitas das quais aconteceram com ele
várias vezes. Em todas as coisas que Paulo menciona, ele não traz os muitos
sinais e maravilhas que foram feitos por meio dele. Tais coisas apenas
intrigariam e fascinariam nossas mentes e nos ocuparia com o servo. Em vez
disso, ele nos apresenta incidentes de seu sofrimento e indignidade.
Lembremo-nos, também, que o registro dos sofrimentos de Paulo por Cristo não
estava completo no momento em que escreveu esta carta. Os sofrimentos que ele
suportou nos últimos capítulos de Atos não seriam incluídos nisto, porque eles
ainda não haviam ocorrido (por exemplo, At 20:23, 23:2, 12, 27:41-44).
Não entraremos em cada um desses sofrimentos, exceto para explicar
o que ele quis dizer quando disse: “em
perigo de morte muitas vezes”. Isso não significa que Paulo tenha morrido
muitas vezes, mas ele arriscou sua vida com frequência em circunstâncias de ameaça
de morte (1 Co 15:31, 2 Co 1:8-9, 4:11). Em todos esses terríveis sofrimentos,
não há menção dele pedindo a empatia e as orações dos santos – eles
provavelmente sabiam pouco ou nada deles. De fato, se não fosse por esses
mestres malignos que se infiltraram na assembleia em Corinto, e os coríntios
obrigando, então, a Paulo a falar de si mesmo, nunca teríamos sabido dessas
experiências; o livro dos Atos não registra essas coisas. J. N. Darby disse: “Estas
poucas linhas esboçam a imagem de uma vida de tão absoluta devoção que toca o
coração mais frio; faz-nos sentir todo o nosso egoísmo e dobrar o joelho diante
d’Ele, que era a Fonte viva da devoção do abençoado apóstolo, diante daqu’Ele
cuja glória o inspirou”.
Vemos neste resumo dos sofrimentos de Paulo por Cristo uma prova
notável de seu apostolado. Mesmo que seus opositores não o vissem como um
verdadeiro apóstolo, é óbvio que Satanás via! Se ele fosse apenas um autônomo
que não estivesse fazendo nada para construir a Igreja de Deus, Satanás não
teria se preocupado com ele. Mas esse não foi o caso; Satanás lançou todas as
perseguições concebíveis contra Paulo para impedi-lo em seu serviço ao Senhor. Não
é esta uma prova notável de seu apostolado? Todo verdadeiro servo Cristão
sofrerá perseguição se for fiel (2 Tm 3:12), mas é improvável que ela alcance
essas proporções apostólicas. E o que esses falsos apóstolos poderiam trazer a
esse respeito para provar que eles eram apóstolos de Cristo? Não há sequer
registro de que eles sofreram por Cristo!
Vs. 28-31 – Talvez o mais difícil de todos os fardos de Paulo fosse
seu “o cuidado de todas as igrejas [assembleias]”. O Sr. F. B. Hole disse: “Para suportar a fraqueza dos fracos,
ouvir uma e outra vez as queixas dos ofendidos, corrigir a tolice dos santos e
lutar pela verdade contra os falsos irmãos, tudo isso deve ter sido a maior
prova de todas. No entanto, ele o fez.” Apenas pelo fato do quão profundamente
Paulo estava preocupado com os santos, já o distinguia de todos os falsos
obreiros. Ele verdadeiramente cuidou do bem estar de cada assembleia e deu a
vida por elas. Não temos registro de que os falsos mestres de Corinto se
importassem tanto com o rebanho de Deus.
Vs.
32-33 – Paulo, então, nos fala de como por um triz escapou em Damasco, sendo
descido por seus irmãos “num cesto por
uma janela” de sobre a muralha da cidade. Este é o primeiro
sofrimento registrado de perseguição que Paulo experimentou (At 9:25). Parece
bastante inofensivo e banal quando contrastado com os sofrimentos dramáticos de
que vinha falando anteriormente. É um tanto decepcionante, mas serve para
ilustrar o ponto de Paulo em não se gloriar de si mesmo. Ele marchou para
Damasco com grande pompa e orgulho como um distinto representante do supremo conselho
judaico, e saiu fugindo na escuridão como um ladrão caçado. Poderia alguma
coisa ser mais humilhante? E por que isso aconteceu? Porque Cristo Se tornou o
Objeto de sua vida e a Pessoa que ele agora servia. O leão foi transformado em
cordeiro por meio do poder transformador da graça de Deus. Em sua fuga, o
Senhor não lhe deu nenhum favor especial – nenhum milagre foi realizado para
ele. Foi uma experiência inglória, para dizer o mínimo. Qualquer um que se
gloriasse em si mesmo não mencionaria essa experiência humilhante. A narração
indica humildade apostólica.
Aqui está uma lição prática para todos os que ministram a Palavra.
Se fizermos uma referência pessoal no ministério, é melhor falar de algo que
não traz glória a nós mesmos. Mencionar algo que nos deprecia, em vez de nos
colocar em uma luz favorável, é a maneira discreta do apóstolo e o exemplo para
nós.
É interessante que o Senhor usou os irmãos de Paulo para descê-lo, e esse foi o meio dele
ser preservado. Nossos irmãos, que nos conhecem melhor, têm um modo de
nos manter humildes, em situações que, de outra forma, ficaríamos inchados. Pode ser uma ou duas palavras dadas a nós, ou alguma ação
em nossa direção. Paulo pôde agradecer ao Senhor por ter irmãos em Damasco que
fizeram isso por ele. Quando nossos irmãos agem nessa função conosco,
geralmente não apreciamos, mas quando refletimos sobre isso mais tarde,
frequentemente percebemos que o Senhor estava nisso para nossa preservação.
Um Apóstolo de Cristo se Sacrificará para Transmitir Bênção aos Outros
Um Apóstolo de Cristo se Sacrificará para Transmitir Bênção aos Outros
Capítulo 11:7-15 – Outra marca de um apóstolo de Cristo é que é um
trabalhador abnegado. Ele se sacrificará
para transmitir bênçãos e ajudar os santos. Ele não tem interesse em tirar do rebanho de Deus – apenas dar ao rebanho. Um verdadeiro apóstolo
não é conhecido pelo que tira do rebanho de Deus, mas pelo quanto dá ao rebanho.
Portanto, ele não se rebaixará para usar o ministério como um meio de obter riqueza ou posição
entre os santos.
Em contraste com isso, esses falsos obreiros estavam usando o
ministério para servir aos seus próprios fins. Eles haviam assumido o serviço do
Senhor como profissão – “negócio” (cap.
2:17 – JND), e gostavam de tomar fundos dos coríntios e até se gloriavam disso (cap.
11:12, 20). É nisto mesmo que o Senhor encontrou falta nos pastores que tosquiaram o rebanho de Deus
em Israel (Ez 34:2-3). Esses falsos obreiros se aproveitaram do dinheiro dos coríntios.
Eles realmente criticavam Paulo por não tomar financeiramente dos coríntios,
porque para eles isso ia contra a imagem de um servo de Deus. Eles acreditavam
que tais (como eles) eram para ser em tudo atendidos, e que deveriam andar
entre os santos com presença dominante de um rei. Quando Paulo se humilhou e se
dispôs a fazer o trabalho comum, seus difamadores usaram isso como prova de que
ele não era um apóstolo de verdade.
V. 7 – Paulo pergunta aos coríntios se era realmente “uma ofensa” (KJV) se humilhar entre
eles e trabalhar com suas mãos como um trabalhador comum, para que o evangelho
pudesse chegar a eles “de graça”. Como regra geral, quando se trabalha
em uma nova área, e novos convertidos resultam desses trabalhos, não é prudente
começar imediatamente a receber ofertas financeiras deles. Produz uma imagem
errada do evangelho na comunidade (1 Ts 2:9). Paulo sabia disso e disse aos coríntios em sua
primeira carta que ele se absteve dessa prática porque temia que isso pudesse “pôr impedimento ao o evangelho de Cristo”
(1 Co 9:12 – ATB). Para evitar qualquer ideia errada do evangelho, era costume
de Paulo trabalhar com suas mãos entre os santos até que estivessem
estabelecidos (At 18:3; 20:34). Sua recusa em aceitar o apoio dos coríntios não
era de forma alguma um reconhecimento de que ele não era um apóstolo.
Vs. 8-10 – Além disso, Paulo disse-lhes que recebia “salário” de “outras igrejas” enquanto estava com eles em Corinto. Ele menciona
isso para mostrar que não se opunha ao princípio de receber ajuda financeira
como comunhão das assembleias. Ele optou por não o fazer com os coríntios, e “homem algum” (KJV) poderia impedi-lo
de se gloriar de que não tinha sido um fardo financeiro para eles enquanto
estava lá.
Vs. 11-12 – Paulo fez isso, não porque ele não “amava” os coríntios – Deus sabia que
ele realmente os amava. Ele disse que continuaria essa prática para “cortar ocasião [reivindicação]” daqueles que estavam tomando dos coríntios,
e se gloriando disso. Esses falsos mestres estavam na verdade mirando as
ofertas dos coríntios como uma espécie de prova de que eram apóstolos – (Paulo
acrescenta) “como nós”. Mas eles não
podiam usar corretamente esse argumento para “reivindicar” que eram apóstolos legítimos de Cristo, porque Paulo
era um apóstolo de Cristo e não tomou financeiramente dos coríntios.
Vs. 13-15 – Os coríntios precisavam ver esses falsos obreiros pelo
que eles realmente eram. Paulo diz que eles se autodesignaram “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos”
que estavam “transfigurando-se em
apóstolos de Cristo”. Paulo se manifesta muito diretamente e os identifica
como “ministros” de Satanás porque
estavam fazendo a obra de Satanás na assembleia. Essa foi uma declaração
realmente forte, mas os coríntios precisavam saber disso. Que tais indivíduos
sejam encontrados circulando entre os santos não deveria nos surpreender, pois
as Escrituras estão repletas de advertências de “falsos Cristos” (Mt 24:23-24), “falsos apóstolos” (2 Co 11:13), “falsos profetas” (Mt 7:15), “falsos
doutores” (2 Pe 2:1) e “falsos
irmãos” (Gl 2:4) – muitos dos quais se infiltrarão nos
meios Cristãos.
Imitando seu mestre, esses falsos doutores cobriram seu mal com
uma demonstração de justiça. Eles “se
transfiguraram” em “ministros da
justiça”. Essa é com frequência a maneira pela qual Satanás age para dar à
sua obra maligna a aparência de ser de Deus. Muitas vezes os crentes que estão
fora da comunhão com Deus, e estão fazendo a obra de Satanás na assembleia de
alguma forma, terão um exterior pessoal de serem muito justos e extremamente
piedosos – e muitos são enganados por isso. Quando eles pressionam suas ordens
e impõem suas opiniões sobre a assembleia, as pessoas ficam impressionadas com
seu ar de piedade e concluem que devem estar certos, e irão defendê-los, e às
vezes até promovê-los. Mas realmente estão vestindo “um manto de pelos para mentirem” (Zc 13:4). Um manto de pelos é a
roupa de um profeta. Tenhamos cautela; Paulo diz que o próprio Satanás pode se “transfigurar em anjo de luz” e que “seus ministros” também. Tenhamos o
cuidado de não sermos apanhados em algo que parece justo, mas realmente é algo
que não é de Deus. Satanás frequentemente trabalha em um contexto de justiça; é
bem possível fazer algo que acreditamos ser para
Deus, mas a coisa não é de Deus.
Um Apóstolo de Cristo tem Poder no Ministério para Atrair as Afeições dos Santos a Cristo
Um Apóstolo de Cristo tem Poder no Ministério para Atrair as Afeições dos Santos a Cristo
Capítulo 11:1-6 – Paulo agora segue para falar de outra grande
marca de um verdadeiro apóstolo de Cristo – seu
ministério atrai as afeições dos santos a Cristo e, assim, torna Cristo
precioso para seus corações. Ele apresenta este ponto no contexto de expor
o falso ministério de seus opositores.
V. 1 – Paulo pede aos coríntios que o suportem um pouco, enquanto
ele continua a falar de si mesmo no que ele admite ser “loucura”. Gloriar-se em qualquer coisa, exceto no Senhor, era uma
coisa tola para Paulo. No entanto, ele acreditava que falar de si mesmo nessa
ocasião era necessário a fim de expor adequadamente esses falsos obreiros.
Paulo tinha “zelo de Deus”
pelo bem-estar espiritual dos coríntios. Ele acreditava que estavam em sério
perigo pela influência desses falsos obreiros; portanto, eles precisavam ser
expostos. Não pode haver nada mais angustiante para um servo do que perceber
que alguém veio pelas suas costas e corrompeu seus convertidos por alguma má
obra. Paulo temia – não que sua reputação fosse maculada por esses obreiros
fraudulentos – mas que a obra de Deus nos coríntios corria o risco de ser
destruída. O trabalho destrutivo do inimigo não poderia tocar a salvação de
suas almas, mas poderia minar suas crenças e corromper sua afeição por Cristo.
V. 2 – Paulo começa falando de seu fardo no ministério. Na
verdade, era duplo: em primeiro lugar, apresentar
Cristo aos seus ouvintes em obras e em palavras (cap. 4:10-13); em segundo
lugar, apresentar seus ouvintes a Cristo com
indivisas afeições (cap. 11:2). Ele fez o primeiro vivendo Cristo e pregando a
Cristo a todos que quisessem ouvir. Ele fez o segundo atraindo as afeições dos
crentes a Cristo de tal maneira que se tornaram desapegados de coração a tudo
neste mundo e ligados a Ele. O efeito desse ministério “desposou” (JND) os santos “a
um marido” – o Senhor. Desposar significa aceitar em afeição nupcial. Esta é uma grande característica do
verdadeiro ministério Cristão; torna Cristo precioso aos corações dos Seus
santos e, assim, eles se apegam a Ele de coração. O resultado é que eles, de
boa vontade e afetuosamente, se reservam para Ele somente “como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo”.
Uma “virgem” na Escritura é aquela
que se mantém imaculada do mundo para Cristo.
V. 3 – Podemos ter certeza de que o ministério que atrai as
afeições após Cristo estará sob ataque. Satanás odeia a Cristo e odeia qualquer
coisa que desposa o coração dos santos para Cristo. Assim, ele tentará
introduzir seus obreiros malignos entre os santos em um esforço para corromper
suas afeições (Mt 13:25; Jd 4; 2 Pe 2:1). Paulo diz que esse inimigo é tão
concentrado em sua missão que ele usará “qualquer
meio” (JND) para realizá-la. Sua principal tática é o engano. “Assim como a serpente enganou Eva com a
sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos,
e se apartem da simplicidade
que há em Cristo”. Satanás tentou Eva com a obtenção de conhecimento. Ele disse: “sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn
3:5). Ele estava usando essa mesma tática com os coríntios, e ele ainda
trabalha entre os Cristãos nessa linha. Esses falsos mestres estavam prometendo
um conhecimento superior que intrigava as “mentes”
(ARA) dos santos, mas no fundo Satanás estava usando isso para roubar seus
corações de Cristo.
A verdade de Deus, no entanto, é marcada pela “simplicidade”; é pura e clara, e não é difícil de entender, se o
coração está disposto. Simplicidade não deve ser confundida com o que é
elementar. Alguns pensaram que Paulo estava dizendo que não deveríamos nos
aprofundar nos detalhes das Escrituras, mas permanecer com as verdades
elementares do evangelho em nossas leituras bíblicas. Mas não é isso que Paulo
está dizendo aqui. Ele está falando de simplicidade no sentido de clareza. Ele
está dizendo que a maneira de Satanás é afastar os santos da simplicidade,
complicando a verdade com expressões esotéricas e obscuras que são confusas.
Ele é um mestre em astúcia e sutileza e trabalha nesse contexto. Seus ministros
serão conhecidos por sua fraseologia complexa e difícil de entender.
Vs. 4-6 – Em contraste com o ministério de Paulo, que ligava os
corações dos santos a Cristo, esses falsos obreiros pregavam “outro Jesus”, “outro Espírito” e “outro
evangelho”, que de fato afastavam os santos de Cristo. Nota: esses falsos
mestres não atacaram a verdade diretamente, mas introduziram um ministério
rival que minou a verdade. Esta é
frequentemente a maneira do inimigo. Em vez de atacar
a verdade abertamente, ele introduzirá seu veneno que realizará seu fim
desejado de perverter a verdade. Muitas vezes é introduzido um pouco de cada
vez, até que o todo seja envenenado
(Mt 13:33). Este foi o caso quando Eliseu e os filhos dos profetas fizeram uma “panela grande” de “caldo” (2 Rs 4:38-41). Alguém inconscientemente “cortou” e colocou “coloquíntidas” venenosas na panela. Cortá-las na panela indica que
o veneno foi introduzido um pouco de cada vez. Estejamos atentos.
O fato de Paulo usar o nome do Senhor como Homem quando Ele andou
neste mundo (“outro Jesus”) indica
que a mensagem daqueles falsos mestres tinha alguma corrupção em conexão com a
Humanidade do Senhor. Tocar a Pessoa de Cristo dessa maneira é realmente algo
muito sério. Paulo não fala sobre o que eles ensinaram e que era falso, e isso
é uma lição para nós; não devemos nos ocupar em procurar e nos familiarizar com
todos os erros da Cristandade. Examinar erros pode levar a cair em erros – mesmo
que estejamos tentando corrigi-los. Nossa ocupação deve ser com a verdade; se o
que é ensinado não coincide com a verdade (1 Jo 2:24), isso é tudo o que
precisamos saber; devemos rejeitar tal ensino.
Esses falsos apóstolos também estavam ensinando que os santos
precisavam receber “outro Espírito”.
Ao dizer “Espírito” (“E” maiúsculo),
Paulo indicou que eles estavam imitando o Espírito de Deus de alguma forma, e
alegando que Ele os estava guiando. No entanto, é evidente que o espírito por
trás de seus ensinamentos não era o Espírito Santo. Paulo avisou Timóteo que, nos últimos tempos,
alguns se afastariam da fé “dando
ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1).
Aparentemente, o que esses homens estavam ensinando era dessa fonte maligna.
Esses falsos obreiros também estavam pregando “outro evangelho”. Havia algo em sua mensagem que fazia dela um
falso evangelho. Isso também era muito sério, porque um falso evangelho não
salvará uma pessoa – independentemente de quão sinceramente ele possa ser
pregado ou quão sinceramente uma pessoa acredite nele. Compare Gl 1:5-8.
Uma vez que foram estes os tristes fatos sobre esses falsos
apóstolos, Paulo diz aos coríntios que eles fariam bem em “suportá-lo”
enquanto falava abertamente deles e de si mesmo, pois estava tentando
defendê-los de um ataque traiçoeiro de Satanás por meio desses falsos obreiros.
Em certo sentido, existem realmente apenas dois tipos de ministério – o
verdadeiro e o falso. Um desposa o coração para Cristo no céu; o outro afasta
de Cristo a mente e o coração em direção às coisas terrenas. Um glorificará a
Cristo e fará muito d’Ele; o outro dará glória ao homem de alguma forma. Todo
ministério pode ser testado por este simples critério.
Vs. 5-6 – Esses falsos obreiros haviam questionado o apostolado do
apóstolo. Ele afirma que “em nada fui
inferior aos mais excelentes apóstolos”. Vemos aqui que, mesmo quando Paulo falou de si
mesmo, usou de humildade. Nota: ele disse que não era “inferior” aos outros apóstolos, mas não disse que era superior a
eles (Gl 2:6; 2 Co 12:11).
Seus difamadores o questionaram porque ele era “simples no discurso” (JND). Ele
explica que era seu hábito fazer isso ao “manifestar
a verdade” (JND) entre os santos. Apresentar a verdade adornada por uma
pomposa terminologia técnica (que Paulo poderia ter feito, sendo um homem muito
instruído – At 22:3) tende a impressionar os ouvintes pelo professor e sua
erudição, em vez de ocupá-los com Cristo. Portanto, Paulo evitou isso em seu
ministério, mesmo que significasse ser criticado por isso. Nós faríamos bem em
seguir essa mesma regra. Usar uma linguagem simples no ministério, no entanto,
não significa que devemos tornar a verdade “simplória”. Paulo disse que, embora
sua apresentação da verdade fosse simples no discurso, não
era “contudo
na ciência”. Ele
apresentou as verdades profundas de Deus em linguagem simples, de modo que os
santos pudessem entender. Esta é a marca de um verdadeiro professor.
Um Apóstolo de Cristo Tem Poder para Abrir Novos Campos de Trabalho e não Invade a Esfera de Serviço de Outro Homem
Um Apóstolo de Cristo Tem Poder para Abrir Novos Campos de Trabalho e não Invade a Esfera de Serviço de Outro Homem
Capítulo 10:12-18 – Os difamadores de Paulo estavam dizendo que
ele estava invadindo seu campo de trabalho em Corinto. Eles obviamente não o
queriam por perto e o viam como uma ameaça à sua situação confortável naquela
cidade. Por isso, eles inventaram esse argumento para convencer os coríntios a
dizer a Paulo que fosse ministrar em outro lugar. Aqui, mais uma vez, essa
acusação era totalmente falsa. Paulo usa-a para falar de outra marca de um
verdadeiro apóstolo de Cristo – ele tem
poder no ministério para abrir novos campos de trabalho e, portanto, não
precisa entrar na esfera de serviço de outro homem.
Essa acusação era totalmente infundada porque a assembleia em
Corinto havia começado por meio dos trabalhos de Paulo; como poderia ser
concebido que, ao ministrar aos seus próprios convertidos, ele avançava além de
seu limite e usurpava a esfera de trabalho deles? De fato, as coisas eram
exatamente o oposto; esses falsos servos haviam invadido a esfera que Paulo
tinha iniciado em Corinto e estavam recebendo crédito pelos trabalhos dele!
Vs. 12-14 – Paulo passa a falar disso. Ao fazê-lo, diz que não “ousaria” se unir aos princípios
mundanos de competição que marcaram “alguns”
no ministério – uma alusão aos seus adversários. Eles “se
medem a si mesmos, e se comparam consigo mesmos”. Paulo acrescenta que “estão sem entendimento”. Novamente, isso mostra que essas pessoas
não foram libertas do princípio mundano de competição, que caracterizou os gregos.
Paulo não queria dar a impressão de competir com aqueles que se opunham a ele.
Ele disse: “Porém não nos
gloriaremos fora de medida, mas conforme a reta medida que Deus nos deu”.
Ao se gloriar “conforme a medida”,
não se esticou demais para alcançar aos coríntios (“para chegarmos até vós”). A obra do Senhor nessa área começou com
ele vindo e lhes “pregando o evangelho”
(KJV), pelo qual foram salvos. Eles eram seus convertidos!
Vs. 15-16 – De fato, Paulo disse que tinha como prática não se
intrometer “em campo de
outrem”. Um apóstolo de Cristo tem poder no ministério para abrir novos
campos de trabalho e não precisa invadir a esfera de serviço de outro homem.
Esse poder apostólico é o que esses falsos obreiros não tinham, e isso mostra
que não eram mesmo apóstolos de Cristo. Não tendo seu próprio campo de trabalho, trabalharam à sua maneira na assembleia em Corinto, que fora estabelecida por Paulo (At 18), e estavam
construindo com “madeira, feno, palha”
sobre o alicerce de outro homem (1 Co 3:9-15).
A
“esperança” de Paulo para os coríntios
era que a “fé”
deles “crescesse” a ponto de
apoiá-lo na abertura de um novo trabalho “nos
lugares que estão além”. Ele teve o cuidado de não se gloriar “em esfera alheia de coisas já feitas” (ATB).
Vs. 17-18 – Paulo faz uma pausa para dar uma lição prática a todos
os que servem. Ele nos diz para nos resguardarmos de nos exaltar por meio do
trabalho dos outros. Foi isso que o Rei Saul fez. Jônatas tinha conseguido uma
vitória em Israel contra os Filisteus, e Saul tentou levar crédito por isso!
Ele “tocou a trombeta por toda a terra”
dizendo às pessoas que ele tinha
ferido a guarnição dos filisteus (1 Sm 13:3-4). Se alguém se gloriar, deve se
gloriar naquilo que o Senhor tem o prazer de fazer por meio dele. Paulo disse
aos Gálatas “Mas prove cada
um a sua própria obra, e terá glória só em si mesmo, e não noutro”
(Gl 6:4).
Esses falsos obreiros entre os coríntios estavam se recomendando
na tentativa de conseguirem um espaço entre eles, mas não era uma recomendação
legítima. Os santos devem apoiar o ministério daqueles “a quem o Senhor louva”. Isto será evidente pelas pessoas sendo
ajudadas pelo seu ministério.
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