Um Apóstolo de Cristo tem Poder do Senhor para Fazer Sinais e Maravilhas
Capítulo 12:11-12 – Os oponentes de Paulo o “constrangeram” a adotar um método de defesa, que ele declara ser “néscio”. Ele agora começa a falar de
outra prova de seu apostolado – “sinais,
prodígios e maravilhas”. É interessante que Paulo tenha deixado isso para a
última de suas demonstrações; nós provavelmente teríamos manifestado isso
primeiro.
Antes de se referir a esses sinais e maravilhas, Paulo parece usar
um pouco de ironia ao mencionar primeiro a “paciência”.
Com efeito, ele diz: “Como vocês poderiam questionar se eu sou um apóstolo?
Basta olhar para toda a paciência que tive com vocês; isso em si deve provar
que eu o sou!”. Quando se tratava de sinais, prodígios e maravilhas, os coríntios
deveriam ter sido os que o recomendassem, pois fizera muitos milagres no meio
deles. Se surgisse uma pergunta dos opositores de Paulo, eles deveriam estar
prontos para enfrentar o desafio e defendê-lo. Eles, entre todo mundo, haviam
testemunhado a prova de que ele não foi em nada “inferior
aos mais excelentes apóstolos”.
Capítulos 12:13-15 – Continuando sua ironia, Paulo pergunta se
havia alguma coisa em particular que houvesse feito aos coríntios que os
levaria a duvidar de sua autoridade como apóstolo. Eles não ficavam atrás de
nenhuma assembleia em dons espirituais (1 Co 1:7), mas neste assunto ele diz
que foram “inferiores às outras
assembleias” (JND), pois as outras assembleias o reconheceram como um
apóstolo. Ele pergunta se foi sua recusa abnegada para não ser pesado com
remuneração financeira por seus trabalhos. Se assim for, ele diz que devem
exercer a verdadeira graça Cristã e perdoá-lo “este agravo”.
Ele diz que, se sua “terceira”
proposta da prometida segunda visita fosse realizada, ele faria a mesma coisa
novamente, e não lhes seria “pesado”,
porque queria que soubessem que seus motivos para com eles eram puros. Ele não
tinha interesse em tirar nada deles. Ele diz: “Pois
que não busco o que é vosso, mas sim a vós”. Como um verdadeiro pai em Cristo, Paulo estava
preparado para provê-los. Ele não queria tirar deles; queria dar a eles
(espiritualmente). Mesmo na vida natural
“não
devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos”.
Essa mesma ordem deveria prevalecer nas coisas espirituais. Ele com satisfação
pôde dizer “gastarei tudo e serei
inteiramente gasto por amor das vossas almas” (ATB). “Gastar” é
voluntariamente se utilizar de recursos próprios e dar onde houver necessidade.
“Ser gasto” é ter alguém que tire proveito dos recursos alheios sem o seu
consentimento. Em ambos os casos, Paulo estava feliz por isso em relação ao seu
cuidado com o estado dos coríntios. Se isso significasse que cresceriam nas
coisas de Deus, ele estava disposto a isso. Eles receberam muito dele, mas não
apreciaram. Ele diz: “ainda que,
amando-vos cada vez mais, seja menos amado”.
Capítulo 12:16-18 – Paulo previu que quando os coríntios recebessem esta carta
da mão de “Tito” e “um irmão”, poderiam acusá-lo de
tentar se ressarcir a
si próprio. Ele percebeu que não estava longe deles o acusarem de manter uma
aparência de não tirar nada deles, mas na realidade enviar aqueles irmãos para
receber por ele. Por isso, Paulo se ocupa dessa falsa acusação e responde: “sendo astuto, vos tomei com dolo”. Ele
já havia dito nos capítulos 8-9 que a coleta que Tito e o outro irmão iriam
pegar com eles era para os santos pobres em Jerusalém; não era para ele. O
mesmo espírito que havia em Paulo em seus labores entre os coríntios estava
naqueles que trabalhavam com ele. Ele diz que andaram com o “mesmo espírito” e nas “mesmas pisadas” dele e que recusariam
todos os benefícios.
Capítulo 12:19 – Ao falar dessa maneira, os coríntios poderiam ter
pensado que Paulo estava tentando se justificar. Paulo se antecipa a isso
também, dizendo que ele e seus cooperadores não estavam tentando “se desculpar”, mas falavam “em Cristo perante Deus” com uma boa
consciência de que estavam afirmando a verdade. Eles procuravam fazer “todas as coisas” (ATB) para a “edificação” deles, e não se
rebaixariam a tais métodos dissimulados para obter dinheiro dos coríntios.
Capítulo 12:20-21 – Apesar do bom resultado que a primeira
epístola produziu, Paulo temia que, quando novamente visitasse Corinto, os
encontrasse em péssimo estado. Ele temia isso porque sabia que, se os falsos
mestres permanecessem entre eles, sua influência maligna corromperia a moral
dos coríntios. Isso mostra que má doutrina leva à prática do mal. Paulo
declarou esse fato a Timóteo dizendo: “Mas
evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade” (2 Tm
2:16). Por outro lado, a boa doutrina estabelece uma base na alma que produz
bons costumes. Paulo falava “da verdade,
que é segundo a piedade” (Tt 1:1). Isso mostra o quão sério era a questão
de ter esses falsos obreiros entre os coríntios.
Além disso, Paulo menciona que “pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos,
tumultos” levariam a pecados maiores de
“imundícia, fornicação e desonestidade”. Isso levaria toda a assembleia à
destruição. Ele sabia que se não tivessem “se
arrependido” de seus antigos pecados dos seus dias antes da conversão, tais
pecados voltariam para suas vidas por meio da influência desses professores
malignos.
J. N. Darby apontou que o capítulo 12 começa com o mais alto
privilégio que um Cristão poderia ter e depois encerra com o mais baixo dos
pecados que um Cristão poderia cometer. Entre os dois há “o poder de Cristo” disponível a todos os crentes para produzir o
bem e deter o mal.
CONCLUSÃO: Em cada uma dessas marcas de um verdadeiro
apóstolo, Paulo mostrou que fora aprovado e,
portanto, era um apóstolo de fato. Ele também mostrou que os falsos mestres
entre os coríntios não passaram no teste das marcas que distinguem um apóstolo
e, assim, provaram que eram falsos apóstolos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário