Os Terrenos nos Quais Paulo Poderia Agora ir a Eles
(cap. 7:6-16)
Capítulo 7:6-16 – Com as coisas sendo esclarecidas em ambos os
lados, agora não havia razão para qualquer distanciamento entre Paulo e os coríntios.
Eles não tinham razão para não o receber, e ele agora não tinha razão para não
ir até eles.
No versículo 5, Paulo retoma o fio histórico das coisas que havia
discorrido no capítulo 2:14. Ele elogia os coríntios por seu espírito correto
ao receber a carta que enviara.
Vs. 6-7 – Paulo fala de sua ansiedade sendo aliviada pelo relato
favorável de Tito, mas ele dá crédito a Deus. “Mas
Deus, que consola [encoraja] os abatidos, nos consolou [encorajou] com a vinda de Tito” Tito relatou a verdadeira “saudade” e “choro” dos coríntios.
Isso mostra que eles tinham sido verdadeiramente exercitados sobre os erros na
assembleia e, arrependidos, lamentaram sobre eles, tendo-os corrigido. Isso foi
bom. Outra fonte de gozo para Paulo era que, exceto por um grupo de difamadores,
eles tinham um “zelo” para com ele.
Isto mostrou que eles encararam a correção em um espírito correto, e desejavam
se reconciliar com o apóstolo.
Vs. 8-10 – Vemos quão terno era o coração de Paulo pelos coríntios;
ele quase pede desculpas por ter escrito a carta. Mas, em retrospecto, ele diz
que, apesar de tê-los “contristado” “com a carta”, ele não “se arrependeu” porque ela tinha produzido
agora esses resultados positivos. Mas admite que depois de ter escrito a carta
ele teve dúvidas, e na verdade, por um tempo, havia “se arrependido”. Vemos seu cuidado por eles nessa hesitação. Ele
reconhece que a dor que causou ao escrever aquela carta severa foi “ainda que por pouco tempo”. Assim, a
primeira epístola trouxe duas coisas aos coríntios:
- Arrependimento quanto aos males que Paulo havia denunciado.
- Um reavivamento da afeição deles (em parte) pelo apóstolo.
Ao acertar as coisas, os coríntios haviam se livrado de “padecerem dano” pelo julgamento
apostólico de Paulo, que teria caído sobre eles (v. 9). Como uma assembleia,
eles “foram contristados para o
arrependimento” (v. 10). Essa foi uma tristeza coletiva e um arrependimento
coletivo. Isso mostra que tristeza e arrependimento são duas coisas diferentes.
A tristeza segundo Deus é a tristeza pelo pecado permitido ou cometido. O
arrependimento é ter uma mudança de mentalidade sobre um curso de pecado que
tivermos percorrido e que executar julgamento sobre ele.
Paulo diz que esse arrependimento que levou os coríntios a
corrigirem as desordens na assembleia foi “para
a salvação”. Isto é, ocasionou um livramento prático ou salvação do
julgamento de Deus sobre a assembleia. Ao acertar as coisas, eles salvaram a
assembleia do julgamento. Paulo acrescenta: “da
qual ninguém se arrepende”, porque sua mudança de mentalidade para o que é
certo não deveria ser rejeitada. Uma vez que voltamos para o que é certo, nunca
devemos pensar em nos arrepender disso (mudar de ideia) e voltar atrás.
A Escritura diz: “há alegria
diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende [que anda se
arrependendo – JND]” (Lc 15:10). Embora o contexto deste versículo no evangelho
de Lucas tenha a ver com o arrependimento em uma pessoa sendo salva, isso
mostra que o arrependimento não é algo que ocorre uma só vez, mas é um
exercício contínuo na vida do crente. A confissão é um ato, mas arrependimento
é um processo. Isso não significa que devemos sair por aí nos açoitando em
tristeza pelo resto de nossas vidas, porque o arrependimento e a tristeza são
duas coisas diferentes. O que deve ser contínuo em nossas vidas é uma mente
mudada em relação a todo pecado que uma vez cometemos. É arrependimento, não tristeza, que deve ser contínuo em
nossas vidas. No caso dos coríntios, se eles
deixassem de se arrepender em relação a esse assunto, significaria que eles se
tornariam novamente indiferentes ao pecado em seu meio.
Enquanto a tristeza divina opera o arrependimento para a salvação,
a tristeza mundana, que não é de Deus, apenas “opera a morte”. Isto é, trabalha para a ruína moral de um
indivíduo. O primeiro sente tristeza por culpa e isso leva ao julgamento
próprio; o último não é verdadeira tristeza pelo pecado, mas tristeza por ter
de sofrer os efeitos dos atos pecaminosos (Mt 14:9). Um é arrependimento; o outro é remorso.
A diferença entre eles é ilustrada em Pedro e Judas. Pedro saiu e “chorou amargamente” em verdadeiro
arrependimento (Mt 26:75), mas Judas estava “cheio de remorso” (Mt 27:3 – JND). Um levou à restauração a Deus,
o outro ao suicídio e à uma eternidade perdida.
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