segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Um Apóstolo de Cristo tem Poder no Ministério para Atrair as Afeições dos Santos a Cristo


Um Apóstolo de Cristo tem Poder no Ministério para Atrair as Afeições dos Santos a Cristo

Capítulo 11:1-6 – Paulo agora segue para falar de outra grande marca de um verdadeiro apóstolo de Cristo – seu ministério atrai as afeições dos santos a Cristo e, assim, torna Cristo precioso para seus corações. Ele apresenta este ponto no contexto de expor o falso ministério de seus opositores.
V. 1 – Paulo pede aos coríntios que o suportem um pouco, enquanto ele continua a falar de si mesmo no que ele admite ser “loucura”. Gloriar-se em qualquer coisa, exceto no Senhor, era uma coisa tola para Paulo. No entanto, ele acreditava que falar de si mesmo nessa ocasião era necessário a fim de expor adequadamente esses falsos obreiros.
Paulo tinha “zelo de Deus” pelo bem-estar espiritual dos coríntios. Ele acreditava que estavam em sério perigo pela influência desses falsos obreiros; portanto, eles precisavam ser expostos. Não pode haver nada mais angustiante para um servo do que perceber que alguém veio pelas suas costas e corrompeu seus convertidos por alguma má obra. Paulo temia – não que sua reputação fosse maculada por esses obreiros fraudulentos – mas que a obra de Deus nos coríntios corria o risco de ser destruída. O trabalho destrutivo do inimigo não poderia tocar a salvação de suas almas, mas poderia minar suas crenças e corromper sua afeição por Cristo.
V. 2 – Paulo começa falando de seu fardo no ministério. Na verdade, era duplo: em primeiro lugar, apresentar Cristo aos seus ouvintes em obras e em palavras (cap. 4:10-13); em segundo lugar, apresentar seus ouvintes a Cristo com indivisas afeições (cap. 11:2). Ele fez o primeiro vivendo Cristo e pregando a Cristo a todos que quisessem ouvir. Ele fez o segundo atraindo as afeições dos crentes a Cristo de tal maneira que se tornaram desapegados de coração a tudo neste mundo e ligados a Ele. O efeito desse ministério “desposou” (JND) os santos “a um marido” – o Senhor. Desposar significa aceitar em afeição nupcial. Esta é uma grande característica do verdadeiro ministério Cristão; torna Cristo precioso aos corações dos Seus santos e, assim, eles se apegam a Ele de coração. O resultado é que eles, de boa vontade e afetuosamente, se reservam para Ele somente como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo. Uma “virgem” na Escritura é aquela que se mantém imaculada do mundo para Cristo.
V. 3 – Podemos ter certeza de que o ministério que atrai as afeições após Cristo estará sob ataque. Satanás odeia a Cristo e odeia qualquer coisa que desposa o coração dos santos para Cristo. Assim, ele tentará introduzir seus obreiros malignos entre os santos em um esforço para corromper suas afeições (Mt 13:25; Jd 4; 2 Pe 2:1). Paulo diz que esse inimigo é tão concentrado em sua missão que ele usará “qualquer meio” (JND) para realizá-la. Sua principal tática é o engano. Assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo. Satanás tentou Eva com a obtenção de conhecimento. Ele disse: sereis como Deus, sabendo o bem e o mal(Gn 3:5). Ele estava usando essa mesma tática com os coríntios, e ele ainda trabalha entre os Cristãos nessa linha. Esses falsos mestres estavam prometendo um conhecimento superior que intrigava as “mentes” (ARA) dos santos, mas no fundo Satanás estava usando isso para roubar seus corações de Cristo.
A verdade de Deus, no entanto, é marcada pela “simplicidade”; é pura e clara, e não é difícil de entender, se o coração está disposto. Simplicidade não deve ser confundida com o que é elementar. Alguns pensaram que Paulo estava dizendo que não deveríamos nos aprofundar nos detalhes das Escrituras, mas permanecer com as verdades elementares do evangelho em nossas leituras bíblicas. Mas não é isso que Paulo está dizendo aqui. Ele está falando de simplicidade no sentido de clareza. Ele está dizendo que a maneira de Satanás é afastar os santos da simplicidade, complicando a verdade com expressões esotéricas e obscuras que são confusas. Ele é um mestre em astúcia e sutileza e trabalha nesse contexto. Seus ministros serão conhecidos por sua fraseologia complexa e difícil de entender.
Vs. 4-6 – Em contraste com o ministério de Paulo, que ligava os corações dos santos a Cristo, esses falsos obreiros pregavam “outro Jesus”, “outro Espírito” e “outro evangelho”, que de fato afastavam os santos de Cristo. Nota: esses falsos mestres não atacaram a verdade diretamente, mas introduziram um ministério rival que minou a verdade. Esta é frequentemente a maneira do inimigo. Em vez de atacar a verdade abertamente, ele introduzirá seu veneno que realizará seu fim desejado de perverter a verdade. Muitas vezes é introduzido um pouco de cada vez, até que o todo seja envenenado (Mt 13:33). Este foi o caso quando Eliseu e os filhos dos profetas fizeram uma “panela grande” de “caldo” (2 Rs 4:38-41). Alguém inconscientemente “cortou” e colocou “coloquíntidas” venenosas na panela. Cortá-las na panela indica que o veneno foi introduzido um pouco de cada vez. Estejamos atentos.
O fato de Paulo usar o nome do Senhor como Homem quando Ele andou neste mundo (“outro Jesus”) indica que a mensagem daqueles falsos mestres tinha alguma corrupção em conexão com a Humanidade do Senhor. Tocar a Pessoa de Cristo dessa maneira é realmente algo muito sério. Paulo não fala sobre o que eles ensinaram e que era falso, e isso é uma lição para nós; não devemos nos ocupar em procurar e nos familiarizar com todos os erros da Cristandade. Examinar erros pode levar a cair em erros – mesmo que estejamos tentando corrigi-los. Nossa ocupação deve ser com a verdade; se o que é ensinado não coincide com a verdade (1 Jo 2:24), isso é tudo o que precisamos saber; devemos rejeitar tal ensino.
Esses falsos apóstolos também estavam ensinando que os santos precisavam receber “outro Espírito”. Ao dizer “Espírito” (“E” maiúsculo), Paulo indicou que eles estavam imitando o Espírito de Deus de alguma forma, e alegando que Ele os estava guiando. No entanto, é evidente que o espírito por trás de seus ensinamentos não era o Espírito Santo. Paulo avisou Timóteo que, nos últimos tempos, alguns se afastariam da fé “dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (1 Tm 4:1). Aparentemente, o que esses homens estavam ensinando era dessa fonte maligna.
Esses falsos obreiros também estavam pregando “outro evangelho”. Havia algo em sua mensagem que fazia dela um falso evangelho. Isso também era muito sério, porque um falso evangelho não salvará uma pessoa – independentemente de quão sinceramente ele possa ser pregado ou quão sinceramente uma pessoa acredite nele. Compare Gl 1:5-8.
Uma vez que foram estes os tristes fatos sobre esses falsos apóstolos, Paulo diz aos coríntios que eles fariam bem em “suportá-lo” enquanto falava abertamente deles e de si mesmo, pois estava tentando defendê-los de um ataque traiçoeiro de Satanás por meio desses falsos obreiros. Em certo sentido, existem realmente apenas dois tipos de ministério – o verdadeiro e o falso. Um desposa o coração para Cristo no céu; o outro afasta de Cristo a mente e o coração em direção às coisas terrenas. Um glorificará a Cristo e fará muito d’Ele; o outro dará glória ao homem de alguma forma. Todo ministério pode ser testado por este simples critério.
Vs. 5-6 – Esses falsos obreiros haviam questionado o apostolado do apóstolo. Ele afirma que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos. Vemos aqui que, mesmo quando Paulo falou de si mesmo, usou de humildade. Nota: ele disse que não era “inferior” aos outros apóstolos, mas não disse que era superior a eles (Gl 2:6; 2 Co 12:11).
Seus difamadores o questionaram porque ele era “simples no discurso” (JND). Ele explica que era seu hábito fazer isso ao “manifestar a verdade” (JND) entre os santos. Apresentar a verdade adornada por uma pomposa terminologia técnica (que Paulo poderia ter feito, sendo um homem muito instruído – At 22:3) tende a impressionar os ouvintes pelo professor e sua erudição, em vez de ocupá-los com Cristo. Portanto, Paulo evitou isso em seu ministério, mesmo que significasse ser criticado por isso. Nós faríamos bem em seguir essa mesma regra. Usar uma linguagem simples no ministério, no entanto, não significa que devemos tornar a verdade “simplória”. Paulo disse que, embora sua apresentação da verdade fosse simples no discurso, não era contudo na ciência. Ele apresentou as verdades profundas de Deus em linguagem simples, de modo que os santos pudessem entender. Esta é a marca de um verdadeiro professor.

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