OBSERVAÇÕES FINAIS
Capítulo 13:1-2 – Paulo conclui a defesa de seu apostolado dando
uma advertência solene em vista da aproximação de sua visita a Corinto. Se não
houvesse arrependimento e correção por parte dos coríntios em relação à
permissão dos falsos mestres no meio deles, ele acharia necessário demonstrar
sua autoridade apostólica exercendo disciplina sobre eles.
Ele faz uma “terceira”
proposta para ir até eles “pela segunda
vez”, lembrando-lhes de que se fosse e os encontrasse em um estado tal como
temia, ele “não lhes perdoaria”, mas
trataria com a assembleia em julgamento. Tal, é claro, seria fundamentado em
fatos bem comprovados, porque todas as ações disciplinares devem estar de
acordo com o princípio: “Por boca de
duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra”.
Capítulo 13:3-6 – Por meio da influência dos falsos apóstolos e
obreiros entre os coríntios, eles realmente pediram a Paulo por “uma prova de que Cristo fala” por meio
dele! Antes de responder a essa objeção, em um parêntese do meio do versículo 3
ao versículo 4, Paulo lhes diz que muitas vezes Deus trabalha por meio de
fraqueza externa. Ele aponta para o próprio Senhor. O Senhor não era “fraco” para com os coríntios quando o
evangelho os alcançou; Ele fez uma tremenda revolução em suas vidas
abençoando-os por seu recebimento em fé como seu Salvador (v. 3b). Mas na vida
e ministério do Senhor na Terra, estava cercado de fraqueza externa e foi “crucificado em fraqueza” (ARA).
Contudo, na ressurreição, o Senhor vive “pelo
poder de Deus”. Esse mesmo poder opera no ministério por meio dos fracos servos
do Senhor para com os santos. Os coríntios, no entanto, veriam o poder de Deus
para com eles de outra maneira, se continuassem a permitir aquele ambiente de falsos
apóstolos circulando entre eles – e não seria uma coisa agradável. Paulo teria
que exercer o juízo quando viesse.
Então, nos versículos 5-6, Paulo assume o desafio de seus
opositores quanto a se Cristo estava realmente falando nele. Os falsos mestres
entre eles haviam questionado seu apostolado, e os coríntios tolamente
escutaram esses questionamentos. Mas eles eram as últimas pessoas que deveriam
ter dúvidas sobre se Cristo havia falado por meio de Paulo. Isso mostra que
estavam sob a influência da ideologia grega da época que idolatrava a força e a
beleza humanas, e haviam interpretado erroneamente a fraqueza corporal de
Paulo, e isso os levou a concluir que ele não era um apóstolo de Cristo. A
resposta de Paulo a esses pensamentos mundanos é: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé”. Sendo seus
convertidos, eles eram a prova de seu apostolado. Se queriam credenciais, tudo
o que tinham de fazer era olhar para si mesmos!
O versículo 5 tem sido frequentemente transformado em um apelo
para autoexame, e até mesmo fez com que alguns duvidassem de sua salvação. As
Escrituras não ensinam que devemos olhar dentro de nós mesmos para encontrar a
certeza de nossa salvação; isso só levará às dúvidas e ao desânimo. Devemos
olhar para trás, para a cruz, para
agradecer a Ele por tudo o que fez; olhar para frente para confiar n’Ele para o que está por vir; olhar para cima para esperar Sua vinda a qualquer
momento; olhar ao redor para
servi-Lo; mas nunca olhar para dentro. A introspecção é uma coisa perigosa – invariavelmente
leva à ocupação consigo mesmo e ao desânimo.
A certeza da nossa salvação provém de considerar o que Deus disse
em Sua Palavra. O “testemunho” é
encontrado em Sua Palavra (Hb 10:15-17), não em nós mesmos. Descansar na fé no
que a Palavra de Deus diz sobre Cristo ressuscitado e nossa aceitação n’Ele é o
que dá paz interior (Rm 8:1-6).
Paulo não estava pedindo que se engajassem no autoexame como prova
de sua salvação, mas sim que encontrariam na sua própria salvação uma prova de
seu apostolado. Com um tom de ironia, ele acrescenta que, a não ser, é claro,
eles estivessem “reprovados” –
impostores sem valor e inúteis. O que eles estavam insinuando de Paulo
significava que eles mesmos não eram salvos! Se fosse esse o caso, então Cristo
não estava falando por meio dele. No entanto, Paulo estava confiante de que
depois de terem feito um exame rápido de si mesmos como estando definitivamente
na fé, eles saberiam que ele não era um impostor, mas um apóstolo de fato. Ele
diz: “Mas espero que entendereis que nós
não somos reprovados” (v. 6).
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