domingo, 2 de setembro de 2018

Um Verdadeiro Ministro Cristão é Consistente em Todas as Suas Relações na Vida (cap. 1:12-24)

Um Verdadeiro Ministro Cristão é Consistente em Todas as Suas Relações na Vida 
(cap. 1:12-24)

Paulo continua a explicar seus movimentos na obra e a abordar (indiretamente) as alegações que foram feitas contra ele. Ao fazer isso, ele apresenta outra característica que deve marcar um verdadeiro ministro de Cristo – consistência.
Seus acusadores estavam dizendo que ele não era uma pessoa sincera e nem confiável. O exemplo que eles apontaram foi que ele havia dito que viria a eles antes do inverno, mas não veio (1 Co 16:4-6). Querendo encontrar falha nele, viram isso como uma promessa quebrada. Eles o acusaram de vacilação e duplicidade – de dizer uma coisa, mas fazer outra. Disseram que era um homem que não mantinha sua palavra, e insinuaram que ele não poderia ser confiável. Aparentemente, tinham se esquecido que ele tinha condicionado suas intenções de vir dizendo “se o Senhor o permitir” (1 Co 16:7). De toda forma, nos versículos 12-24, Paulo explica a razão da sua mudança de planos. Ao mesmo tempo, ele usa a oportunidade para mostrar outra grande característica que deveria marcar um ministro de Cristo – ele deve ser consistente em todas as suas relações na vida.
V. 12 – É difícil acreditar que o apóstolo fosse acusado de ser indeciso. Essas acusações lançam dúvidas sobre sua honestidade e integridade. Para remover essas dúvidas e suspeitas que os coríntios tinham, Paulo começa com uma afirmação positiva e enfática de sua sinceridade, dizendo: “Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo, e de modo particular convosco”. A “consciência” de Paulo era testemunha do fato de que sua conduta havia sido caracterizada por absoluta sinceridade. Toda a sua vida foi de “simplicidade”. Esta é uma palavra antiga que significa “mente simples”. Ele não era uma pessoa de dupla palavra; ele era um homem de integridade e “sinceridade”. Seu propósito de vir a eles não era algo “carnal” que mudaria de um dia para outro; foi o que ele propôs pela “graça de Deus”. Esta era sua conduta normal com homens “no mundo” e com os Cristãos.
Vs. 13-14 – Ele disse, “Porque nenhumas outras coisas vos escrevemos, senão as que já sabeis ou também reconheceis”. Ele não tinha um significado oculto para suas palavras quando escreveu a respeito de suas intenções de ir até eles. O significado das suas palavras era claro e óbvio. Ele disse o que quis dizer, e não pensou em fazer outra coisa senão o que pretendia fazer.
Ele estava grato que eles reconheceram o conteúdo de sua primeira epístola, e confiou que continuariam a fazê-lo, enquanto vivessem (“também até ao fim”). Mas ele acrescenta tristemente, “Como também já em parte reconhecestes em nós”. Foi apenas “em parte” porque havia uma divisão entre os coríntios que não apreciava Paulo e seus cooperadores. Ao dizer isso, ele os avisou que estava ciente de que havia alguns entre eles que estavam contra ele.
Vs. 15-16 – Com essa pureza de pensamento, Paulo tinha a “intenção” (ATB) de ir ter com eles. De fato, tão transparentes eram seus motivos que não tinha dificuldade em dizer-lhes que realmente pretendia ir duas vezes, para que eles tivessem “um segundo benefício” (ATB). Ele queria ir até eles a caminho da Macedônia, e depois visitá-los novamente, retornando da Macedônia em seu caminho para a “Judéia”.
Vs. 17-18 – Ele lhes pergunta, “E, deliberando isto, usei porventura de leviandade? Ou o que delibero, o delibero segundo a carne, para que haja em mim sim sim, e não não?” Isto poderia ser respondido com um sonoro, “Não!” (“Leviandade” é uma antiga palavra que significa ser volúvel). Ele insiste que seus planos não eram sim, sim, e então, por um capricho, ele os mudou para não, não.
Paulo usou as críticas deles como uma oportunidade de mostrar que o servo do Senhor deve ser coerente com sua palavra em todas as suas questões. Suas relações com as pessoas devem ser consistentes com o caráter do próprio Deus. Ele insiste que aquele era o seu caso, dizendo “como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não foi sim e não”. Veja também Tiago 5:12.
Vs. 19-20 – De acordo com isto, o evangelho que ele, “Silvano” e “Timóteo” levaram entre os coríntios desde o início não era “sim e não, mas n'Ele era sim”. Tudo o que Deus promete no Evangelho Ele cumpre em Cristo. Além disso, “tantas quantas forem as promessas de Deus, n’Ele está o sim; porquanto também por Ele é o amém, para a glória de Deus por nosso intermédio”. Não apenas era o “sim” encontrado em Cristo, mas também o “Amém”. O Senhor não apenas concorda com a vontade de Deus como expressado nas promessas de Deus no evangelho, Ele as leva à conclusão. Além disso, Ele ganha pessoas por meio da graça, e faz deles Seus servos para a realização da vontade de Deus. Isso é indicado nas duas palavras “por nós” no final do versículo 20.
Vs. 21-22 – Tudo o que Deus faz é sólido e confiável. Ele estabelece almas em Cristo pela habitação do Espírito de Deus que confirma o trabalho divino em nós. O efeito deste trabalho nos dá absoluta certeza de tudo o que Deus prometeu. Ele fala de três coisas em particular: “Mas o que nos confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus, O qual também nos selou e deu o penhor do Espírito em nossos corações. Estas são três diferentes operações do Espírito em nós quando somos salvos. Elas nos capacitam a viver inteligentemente, com uma sensação de segurança e felizes no Senhor.


  • A unção do Espírito é para poder e discernimento (1 Jo 2:18-21, 24-27).
  • O selo do Espírito é para nossa certeza (Ef 1:13; 4:30).
  • O penhor do Espírito é para o nosso regozijo presente do que virá no futuro (Ef 1:14).

Paulo menciona isso para mostrar que, já que tudo o que Deus faz e diz pode ser considerado eterno, Seus ministros devem mostrar o mesmo caráter de imutabilidade e confiabilidade em todas as suas relações com os homens, para que eles representem adequadamente a Deus.
V. 23 – Se a integridade das relações de Paulo era de caráter excelente, então por que ele não foi até eles como planejado? Paulo agora responde isto: Para mostrar a absoluta sinceridade da explicação que estava prestes a dar, ele chama Deus por testemunha, dizendo, “Invoco, porém, a Deus por testemunha sobre a minha alma”. Isto mostrou que sua consciência estava limpa diante de Deus, e que estava dizendo a verdade. Ele continua dizendo, “que para vos poupar não tenho até agora ido a Corinto”. Se ele tivesse ido quando pretendia, teria de lhes infligir severa disciplina por causa dos muitos males e desordens que havia naquela assembleia! Ele os queria “poupar” do julgamento que certamente recairia sobre eles, então ele atrasou sua ida para dar-lhes tempo para se arrependerem e colocarem as coisas em ordem. Então, não era que ele fosse descuidado; foi exatamente o oposto – foi porque cuidava deles! Para eles, como assembleia, foi totalmente falta de consideração que ele não tivesse ido! A acusação deles de inconstância, era, portanto, simplesmente infundada. Perceber isso deve ter humilhado ainda mais os coríntios.
V. 24 – Ter que intervir e exercer sua autoridade apostólica em Corinto (se as coisas não tivessem sido colocadas em ordem) poderia ter sido entendido como se ele estivesse procurando ter domínio sobre eles e controlar sua fé. Portanto, ele acrescenta, “Não que tenhamos domínio [governo] sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vosso gozo; porque pela fé estais em pé”. Isso, ele esperava, aliviaria as suspeitas que pudessem ter de que queria dominar suas consciências. Ele não tinha pensado em dominar sua fé; só queria aumentar a felicidade deles e ser um “cooperador” de sua “gozo”. Ele não queria dominar suas consciências nessa questão, mas sim fazê-los agir para a glória de Deus ao colocar as coisas em ordem. Como ninguém tem autoridade apostólica hoje em dia, quando há desordens numa assembleia, tudo o que um servo do Senhor pode fazer é instruir, encorajar e guiar os santos em assuntos locais que os possam estar incomodando, e deixar suas consciências agirem diante do Senhor.
Já que estamos todos no ministério de uma forma ou de outra, esse princípio de consistência se aplica a todos nós. Portanto, tenhamos o cuidado de ser consistentes em todas as nossas questões na vida; isso dará peso ao nosso ministério.

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