Um Vaso Vazio
V. 5 – O
terceiro exercício que Paulo e seus cooperadores tinham como ministros de
Cristo era estarem vazios de si mesmo.
Ele diz, “Porque não nos pregamos a nós
mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor”. O desejo deles era que não houvesse
nada de si próprios na mensagem, porque sabiam que isso apenas obstruiria o
resplandecer da glória de Cristo brilhando para outros. Eles procuravam
apresentar Cristo em palavras e em ação de tal maneira que toda a atenção fosse
dirigida a Ele, e somente a Ele. Eles não estavam buscando louvor, ou ganhos temporais
ou qualquer outra coisa para si mesmos. Isto aparentemente era o que aqueles
que ensinavam em Corinto estavam fazendo, e essa foi uma das razões pelas quais
os santos de lá estavam exaltando seus mestres (1 Co 1:12; 3:4-5).
O
grande teste para todo ministério Cristão é se ele exalta a Cristo. Se de
alguma forma der glória e crédito ao homem, o ministério perdeu o alvo. Uma
tendência no ministério da Palavra é trazer algo de nós mesmos para a mensagem,
e isso apenas a estraga. O Senhor disse: “Quem
fala de si mesmo busca a sua própria glória” (Jo 7:18). Paulo poderia ter
fascinado os santos com histórias sobre suas aventuras em servir ao Senhor, mas
isso teria ocupado os santos com o vaso, em vez do Senhor. Portanto, se ele
tivesse que falar de si mesmo, optaria por mencionar algo que fosse
pessoalmente humilhante, em vez de algo que tivesse o efeito de exaltá-lo (2 Co
11:23-33). Sua maneira modesta é o modelo para o ministério Cristão.
Observe
também: Paulo e seus cooperadores não apenas pregaram “Cristo Jesus”, eles pregaram “Cristo
Jesus o Senhor”. Isso mostra que o encargo deles não era apenas apresentar
a Cristo – por mais maravilhoso que seja em si mesmo – mas trazer os santos sob
as reivindicações de Seu Senhorio. O objetivo final no ministério é apresentar
a Cristo de tal maneira que os santos sejam constrangidos a entregar o controle
de suas vidas a Ele como Senhor de todos. Ministrar de uma forma que resulte em
pessoas seguindo após o ministro, é claramente uma obra da carne nas coisas de Deus.
V.
6 – Paulo passa a falar da razão para esses exercícios. Fundamentalmente, é
para a manifestação da glória de Cristo. Como Deus “disse que das trevas resplandecesse a luz”, quando criou os céus e
a Terra (Gn 1:3), Ele fez com que a luz espiritual brilhasse no coração sombrio
dos homens com o propósito de “iluminação
do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo”. A KJV traduz
este versículo como se o propósito de Deus fosse dar ao crente a luz do
conhecimento de Cristo, mas realmente a ideia é que por meio do crente o
conhecimento glorioso d’Ele “brilharia”
para os outros. Deus “brilhou” em
nossos corações e nos iluminou, mas esse não é o fim que Ele tem em vista. Ele
nos salvou com o propósito de manifestar a glória de Cristo, não apenas agora
neste mundo, mas também no dia vindouro de manifestação (o Milênio). Portanto,
a luz celestial que brilha em nossos corações não se destina a ser guardada em
nós mesmos, mas deve ser transmitida a outros. Como crentes iluminados, não
somos o ponto final dessas coisas
gloriosas, mas os canais delas.
Quando
a luz do evangelho da glória de Cristo brilhou no coração de Paulo, seu
primeiro efeito foi mostrar-lhe o que era em si mesmo – ele aprendeu sua
própria nulidade. Depois disso, ele não poderia mais falar de si mesmo, mas
apenas de Cristo Jesus, o Senhor, e de si mesmo como Seu servo. Os exercícios
nestes versículos nos mostram que precisamos tirar tudo que é duvidoso de
nossas vidas (vs. 2-4), e ainda tirar todo nosso ego também (v. 5), de modo que
a glória que flui da “face de Jesus”
pudesse fluir em poder para os outros (v. 6). Estes são exercícios saudáveis
para todos os que ministram a Palavra. É claro que, se não tomarmos tempo para
contemplar a face de Jesus (cap. 3:18), não podemos esperar ter algo para
irradiar d’Ele para os outros. Isso também é exercício.
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