domingo, 2 de setembro de 2018

Um Vaso Limpo


Um Vaso Limpo

Vs. 2-4 – O segundo exercício de Paulo era se apresentar como vaso limpo. Ele entendeu que se o ministério deveria ter poder para com aqueles que o ouviam, a pessoa que o exercia precisava ter cuidado para que não houvesse nada em sua vida que fosse de caráter questionável. Isso apenas impediria o fluir de Cristo. Por isso, Paulo testificou que ele e seus companheiros tinham rejeitado “as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus”. Paulo pode ter mencionado isto porque seus difamadores estavam sugerindo que era um indivíduo um tanto duvidoso, ou ele pode ter pensado que precisavam ouvir isso porque as práticas deles eram questionáveis.
Há muitos obstáculos para a mensagem Cristã alcançar as pessoas. Pode ser incredulidade ou o trabalho do diabo para cegar as pessoas, mas um dos maiores obstáculos é frequentemente encontrado no próprio ministro! Uma vida de “vergonha [desonestidade]e “astúcia [engano] naqueles que levam a mensagem da graça pode anular seu poder mais rápido que qualquer outra coisa. A Igreja tem estado em falta nisto – não apenas em nossos dias, mas ao longo da história – e devemos ser humilhados por isso. Gandhi (o ex-primeiro-ministro da Índia) disse que ele teria sido um Cristão se não fossem os Cristãos! Isto é realmente triste. Tais acusações poderiam ser feitas contra outros que professavam servir ao Senhor, mas não poderiam ser feitas contra Paulo e seus cooperadores porque suas vidas estavam acima de quaisquer suspeitas em todas as coisas.
A palavra “renunciado” (na KJV) deveria ser traduzida por “rejeitado” (W. Kelly). Renunciado implica que Paulo esteve envolvido anteriormente nessas práticas malignas, mas as abandonou, mas na realidade ele nunca havia vivido dessa maneira. Mesmo em seus dias de incrédulo, no judaísmo, ele vivia com escrúpulos exigentes e não podia ser acusado de tais coisas (At 23:1). “Rejeitado” implica que ele manteve essas coisas à distância de sua vida e ministério.
Paulo falou da “manifestação da verdade”, que indica ela ser vivida na prática. Em outra parte, ele diz “para que em tudo sejam ornamento da doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2:10). O ponto aqui é que o ministério deve ser recomendado pela vida do ministro. Paulo diz: “e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus” (2 Co 4:2). Sendo cuidadosos em suas interações com os homens do mundo, eles se mantiveram além de qualquer suspeita, para que o ministério não pudesse ser censurado (2 Co 6:3). O resultado foi que havia poder em seus ministérios; registrado nas consciências dos homens e testemunhado o fato de que era a verdade de Deus.
Sendo este o caso, Paulo diz “se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto”. Se as pessoas não acreditaram na mensagem, não foi porque ele a falsificou por inconsistências em sua vida, mas porque Satanás, “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”. O problema era que havia um véu de incredulidade sobre seus corações e Satanás o usou para cegá-los.
Satanás, o inimigo de Deus e do homem, tem duas grandes esferas nas quais trabalha:

  • Como “o deus deste século” ele está no controle das atividades religiosas deste mundo (2 Co 4: 4).
  • Como “o príncipe deste mundo” ele está no controle das atividades seculares deste mundo (Jo 12:31, 14:30).


Não é que Satanás indiscriminadamente cega quem escolhe. Se fosse esse o caso, ninguém jamais creria e seria salvo. Paulo mostra que há certo tipo de pessoa a quem Satanás cega – aqueles que são “incrédulos”. Quando uma pessoa não crê, ela se abre para o trabalho de Satanás. O triste resultado na pessoa é “que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”. Por isso, Paulo e seus cooperadores foram exercitados para andar de tal maneira que, se alguém não acreditasse na mensagem que levavam a culpa não era deles, porque em palavras e atos eles apresentaram a verdade de forma incorruptível.
Da mesma forma, Deus gostaria que Seus ministros hoje em dia removessem tudo em suas vidas que impedissem o fluir de Cristo. Nós também precisamos ser exercitados sobre sermos vasos limpos (compare Isaías 52:11). Quão cuidadosos devemos ser para que nossas vidas não falsifiquem a mensagem que levamos. Cada Cristão precisa “possuir o seu vaso em santificação e honra”, no que se refere à santidade pessoal (1 Ts 4:4). Também precisamos nos manter separados de toda falsa associação que desonre a Cristo, para que sejamos verdadeiramente “vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra” (2 Tm 2:21).

A única Bíblia que lerá o desatento mundo, somos nós,
O evangelho do pecador, o credo do zombador, somos nós
E a última mensagem do Senhor,
E se as letras forem deturpadas
E se a impressão estiver borrada?

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