Um Vaso Limpo
Vs. 2-4 – O
segundo exercício de Paulo era se apresentar como vaso limpo. Ele entendeu que se o ministério deveria ter poder para com
aqueles que o ouviam, a pessoa que o exercia precisava ter cuidado para que não
houvesse nada em sua vida que fosse de caráter questionável. Isso apenas impediria
o fluir de Cristo. Por isso, Paulo testificou que ele e seus companheiros
tinham rejeitado “as coisas que por vergonha se ocultam,
não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus”. Paulo pode ter
mencionado isto porque seus difamadores estavam sugerindo que era um indivíduo
um tanto duvidoso, ou ele pode ter pensado que precisavam ouvir isso porque as
práticas deles eram questionáveis.
Há
muitos obstáculos para a mensagem Cristã alcançar as pessoas. Pode ser
incredulidade ou o trabalho do diabo para cegar as pessoas, mas um dos maiores
obstáculos é frequentemente encontrado no próprio ministro! Uma vida de “vergonha [desonestidade]” e “astúcia [engano]” naqueles que
levam a mensagem da graça pode anular seu poder mais rápido que qualquer outra
coisa. A Igreja tem estado em falta nisto – não apenas em nossos dias, mas ao
longo da história – e devemos ser humilhados por isso. Gandhi (o
ex-primeiro-ministro da Índia) disse que ele teria sido um Cristão se não
fossem os Cristãos! Isto é realmente triste. Tais acusações poderiam ser feitas
contra outros que professavam servir ao Senhor, mas não poderiam ser feitas
contra Paulo e seus cooperadores porque suas vidas estavam acima de quaisquer
suspeitas em todas as coisas.
A
palavra “renunciado” (na KJV) deveria ser traduzida por “rejeitado” (W. Kelly). Renunciado implica que Paulo esteve
envolvido anteriormente nessas práticas malignas, mas as abandonou, mas na
realidade ele nunca havia vivido dessa maneira. Mesmo em seus dias de
incrédulo, no judaísmo, ele vivia com escrúpulos exigentes e não podia ser
acusado de tais coisas (At 23:1). “Rejeitado”
implica que ele manteve essas coisas à distância de sua vida e ministério.
Paulo
falou da “manifestação da verdade”,
que indica ela ser vivida na prática. Em outra parte, ele diz “para que em tudo sejam ornamento da
doutrina de Deus, nosso Salvador” (Tt 2:10). O ponto aqui é que o
ministério deve ser recomendado pela vida do ministro. Paulo diz: “e assim nos recomendamos à consciência de
todo o homem, na presença de Deus” (2 Co 4:2). Sendo cuidadosos em suas
interações com os homens do mundo, eles se mantiveram além de qualquer suspeita,
para que o ministério não pudesse ser censurado (2 Co 6:3). O resultado foi que
havia poder em seus ministérios; registrado nas consciências dos homens e
testemunhado o fato de que era a verdade de Deus.
Sendo
este o caso, Paulo diz “se ainda o nosso
evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto”. Se as
pessoas não acreditaram na mensagem, não foi porque ele a falsificou por
inconsistências em sua vida, mas porque Satanás, “o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”. O
problema era que havia um véu de incredulidade sobre seus corações e Satanás o
usou para cegá-los.
Satanás,
o inimigo de Deus e do homem, tem duas grandes esferas nas quais trabalha:
- Como “o deus deste século” ele está no controle das atividades religiosas deste mundo (2 Co 4: 4).
- Como “o príncipe deste mundo” ele está no controle das atividades seculares deste mundo (Jo 12:31, 14:30).
Não
é que Satanás indiscriminadamente cega quem escolhe. Se fosse esse o caso,
ninguém jamais creria e seria salvo. Paulo mostra que há certo tipo de pessoa a
quem Satanás cega – aqueles que são “incrédulos”.
Quando uma pessoa não crê, ela se abre para o trabalho de Satanás. O triste
resultado na pessoa é “que lhes não
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus”.
Por isso, Paulo e seus cooperadores foram exercitados para andar de tal maneira
que, se alguém não acreditasse na mensagem que levavam a culpa não era deles,
porque em palavras e atos eles apresentaram a verdade de forma incorruptível.
Da
mesma forma, Deus gostaria que Seus ministros hoje em dia removessem tudo em
suas vidas que impedissem o fluir de Cristo. Nós também precisamos ser
exercitados sobre sermos vasos limpos (compare Isaías 52:11). Quão cuidadosos
devemos ser para que nossas vidas não falsifiquem a mensagem que levamos. Cada Cristão
precisa “possuir o seu vaso em
santificação e honra”, no que se refere à santidade pessoal (1 Ts 4:4).
Também precisamos nos manter separados de toda falsa associação que desonre a
Cristo, para que sejamos verdadeiramente “vaso
para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a
boa obra” (2 Tm 2:21).
A única Bíblia
que lerá o desatento mundo, somos nós,
O evangelho do
pecador, o credo do zombador, somos nós
E a última
mensagem do Senhor,
E se as letras
forem deturpadas
E se a
impressão estiver borrada?
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