Um Apóstolo de Cristo Recebe Visões e Revelações Especiais
Capítulo 12 – Nos dois últimos capítulos da epístola, Paulo
continua a falar das marcas que distinguem um verdadeiro apóstolo e assim
defende seu apostolado. Mas nesses capítulos, não mais compara os falsos
apóstolos com os verdadeiros – na verdade, eles não são mais mencionados na
epístola. Em vez disso, Paulo faz uma comparação entre ele mesmo e aqueles que
eram verdadeiros apóstolos, e mostra que ele “em
nada foi inferior” a eles (cap. 12:11), assim, ele prova seu apostolado de uma
perspectiva diferente.
Neste capítulo (12), Paulo chega às “visões
e revelações do Senhor” – outra característica distintiva de um
verdadeiro apóstolo. Novamente, isso é algo que um servo do Senhor hoje em dia
não pode alegar ter. Tais revelações foram dadas aos apóstolos e profetas nos
anos iniciais da Igreja, quando a verdade da presente dispensação estava em
processo de ser “dada aos santos”
(Jd 3). Uma vez que a verdade foi registrada nas Sagradas Escrituras e tendo os
apóstolos já saído de cena, as
visões e revelações que Deus deu quando estava estabelecendo o Cristianismo não são mais
necessárias.
No capítulo 11, Paulo falou de ser “humilhado” da maneira mais indigna; agora, no capítulo 12, fala de
ser “arrebatado” da maneira mais
majestosa. No capítulo 11, ele se gloriou em seus sofrimentos; aqui no capítulo
12 Paulo se gloria, não nas visões e revelações dadas a ele, mas em suas
fraquezas (vs. 5, 9). As experiências do capítulo anterior foram no corpo, mas neste capítulo a
experiência era algo fora do corpo,
embora diga que não podia ter certeza de que foi.
Capítulo 12:1-4 – Paulo afirma novamente que era repugnante para
ele se gloriar em si mesmo, mas se sentiu compelido a fazê-lo para silenciar
seus críticos.
Ele agora relata algo que aparentemente manteve para si mesmo por
quatorze anos. Esta foi outra evidência de humildade; uma pessoa comum teria
declarado isso para todo mundo. Ele foi “arrebatado
até ao terceiro céu”, que ele diz ser “paraíso”,
onde ouviu palavras “inefáveis [indizíveis – ATB]”. Essa experiência coincide com o incidente em Listra quando foi
apedrejado para a morte (At 14:19). Ambos os fatos haviam acontecido “quatorze anos” antes. Aparentemente,
ele estava tendo essa sublime experiência de ser levado ao paraíso enquanto
eles arrastavam seu corpo morto para fora da cidade.
A visão e revelação do Senhor foi um privilégio especial dado a
ele para sua própria iluminação e fortalecimento espiritual. Ao relatar a
experiência, ele não fala de si mesmo como um apóstolo de Cristo, mas como “um homem em Cristo”. Isto não é porque
ele não fosse um apóstolo, mas porque queria mostrar que isso não está além da
experiência de todo Cristão, pois todo Cristão é “um homem em Cristo”. É a posição de todo crente na raça da nova criação
em Cristo (2 Co 5:17). Será um privilégio de todos, na nova raça de homens, ter
essa experiência quando forem chamados à presença do Senhor, seja quando
morrerem ou na vinda do Senhor.
Ao dizer: “um homem em
Cristo”, “tal homem”, “de um [homem] assim”, etc., Paulo mostra que quando uma pessoa está
conscientemente na presença do Senhor, ela não se gloria em si mesma. Muito ao
contrário, estando no gozo das coisas celestiais, perde toda a visão de si
mesmo. Que livramento abençoado é esse! Alguém poderia pensar que, se alguma
vez houvesse algo em que alguém pudesse se gloriar, seria essa experiência.
Paulo prefere não entrar nos detalhes, mas afirma que o que experimentou “ao homem não é lícito falar”
aos outros na Terra em seus corpos mortais.
Ele “ouviu palavras
inefáveis, de que ao homem não é lícito falar”. Isso não significa que ele viu e ouviu
declarações misteriosas que eram ininteligíveis para ele, mas que não temos
palavras em nossa linguagem terrena para expressar a experiência. A experiência
era indizível, mas não ininteligível. Paulo entendeu o que experimentou, mas
não conseguiria expressá-lo em linguagem humana.
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