segunda-feira, 3 de setembro de 2018

2) O Tribunal de Cristo nos Comanda a Usar Nossas Vidas para as Coisas Eternas

2) O Tribunal de Cristo nos Comanda a Usar Nossas Vidas para as Coisas Eternas

Vs. 10-13 – Isso leva Paulo a falar do “tribunal de Cristo”, que foi outra grande coisa que o motivou a servir ao Senhor. Ele disse: Todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo”. Essa é uma referência à sua mais ampla aplicação. “Todos” neste versículo refere-se à toda a humanidade – que inclui incrédulos. Ele diz: “Ou bem, ou mal”. Os crentes receberão o “bem” em forma de recompensas e os incrédulos receberão o “mal”, sendo banidos da presença de Deus para o lago de fogo. Os crentes virão perante o tribunal imediatamente após serem arrebatados para o céu, mas os incrédulos que morrerem em seus pecados serão julgados mais de 1.000 anos após, depois do Milênio (Ap 20:11-15).
Para o crente, é a hora em que o Senhor vai rever nossas vidas e nos recompensar pelo que fizemos por Ele. O lado solene desta sessão é a possibilidade de sofrermos a perda da nossa recompensa, se tivermos vivido nossas vidas apenas para as coisas temporais (1 Co 3:15). Essa ideia impeliu Paulo ao serviço zeloso para o Senhor. Deveria ter o mesmo efeito em nós.
Assim como existem dois tipos de juízes na sociedade, o Senhor julgará toda a humanidade em um ou outro desses dois modos. Primeiramente, há um magistrado legal que é investido de autoridade nos tribunais da Terra. Ele tem poder para julgar um criminoso e condená-lo à prisão. O Senhor tratará com os incrédulos desta forma triste e solene (Ap 20:11-15). O crente nunca enfrentará esse tipo de julgamento porque seu caso foi resolvido quando ele recebeu o Senhor Jesus como seu Salvador e descansou na fé em Sua obra consumada na cruz. O Senhor disse: “quem ouve a Minha palavra, e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação [julgamento – JND] (Jo 5:24). Por isso, o crente tem confiança “no dia do juízo [julgamento – JND] (1 Jo 4:17).
Em segundo lugar, há um juiz (um árbitro) em uma exposição – ou seja, uma mostra de arte. Esse tipo de juiz tem conhecimento em um determinado campo de especialidade para decidir os méritos dos objetos diante dele. Ele está na exposição para avaliar a qualidade e mão de obra das peças em exibição. Da mesma forma, o Senhor irá rever a vida do crente no caráter deste juiz, avaliando as coisas em nossas vidas que foram feitas para Ele e nos recompensando de acordo. O caráter de toda a sessão para os crentes será: revisão, recompensa e consequente regozijo.
É significativo que cada vez que o tribunal de Cristo é mencionado no Novo Testamento, ele é visto de um ponto de vista diferente. Quando os colocamos todos juntos, aprendemos que o Senhor examinará todos os aspectos de nossas vidas. As várias áreas de revisão são:

  • Nossos caminhos em geral (2 Co 5:9-10).
  • Nossas palavras (Mt 12:36).
  • Nossas obras de serviço (1 Co 3:12-15).
  • Nossos pensamentos e motivos (1 Co 4:3-5).
  • Nossos exercícios pessoais quanto às questões de consciência (Rm 14:10-12).



Uma pergunta que muitos Cristãos têm em relação ao tribunal de Cristo é: “Por que temos de passar por isso? É realmente necessário que o crente seja julgado dessa maneira?” A resposta é: “sim”, pois o Senhor não fará algo que não seja necessário. Há duas razões principais para esta sessão: uma tem relação futura e a outra tem relação presente.
a) Aumentará o Louvor Eterno a Deus
Primeiro, quanto à influência futura do tribunal, é que resultará em um aumento do louvor a Deus no céu. Todos os crentes concordam que o Senhor merece o mais completo louvor de toda pessoa redimida; o resultado imediato do tribunal de revisão fará exatamente isso. Existem três maneiras pelas quais isso será realizado:

I) O Senhor magnificará a graça de Deus perante os nossos olhos, pelo que o nosso apreço por ela será significativamente aprofundado e, assim, produzirá um maior volume de louvor de nossos corações. O Senhor reverá nossas vidas e veremos nossos pecados à luz da infinita santidade de Deus. Coisas que podemos pensar que não são tão seriamente graves agora, veremos então como pecado de fato. Conhecemos nossos pecados agora como sendo uma pilha repugnante – e certamente não estamos orgulhosos dela – mas naquele dia Ele nos mostrará que eles eram uma montanha! Tudo então será visto em sua verdadeira luz, e aprenderemos sobre a verdadeira maldade de nossas naturezas pecaminosas caídas.
Uma vez que diz: “que tiver feito por meio do corpo” – e estávamos todos em nossos corpos antes de sermos salvos – essa manifestação será de toda a nossa vida, não apenas de depois que fomos salvos. Se Ele não revisse certos episódios de fracasso e vergonha em nossas vidas, haveria alguma reserva de nossa parte, e Deus não quer isso – e nós também não iríamos querer. A brilhante eternidade diante de nós seria obscurecida em parte pela sensação de que um dia eles poderiam ser trazidos à luz. Portanto, o caminho de Deus é que tudo seja tomado e colocado fora do caminho para sempre. (Temos cinco ou seis expositores respeitados que afirmam que esta manifestação não será um assunto público perante todos os santos no céu, mas algo privado com o Senhor.)
Então, depois de nos mostrar os nossos pecados à luz da Sua santidade, nós vamos ver a graça de Deus elevar-se acima de todos eles, colocando-os todos na justa base da obra consumada de Cristo. Vamos entender a verdade de Romanos 5:20 de um modo mais profundo: “onde o pecado abundou, superabundou a graça”. O resultado será um romper alto e eterno de louvor da companhia redimida. O volume de louvor será muitas vezes maior do que se não tivéssemos passado por esse processo de revisão.
II) O Senhor revelará a sabedoria de Seus caminhos conosco na Terra. Isso também aumentará o volume do louvor. Todos nós tivemos algumas coisas difíceis e desconcertantes acontecendo em nossas vidas, e muitas vezes nos perguntamos por que o Senhor permitiu isso. A revisão no tribunal justificará Deus em Seus caminhos conosco. O Senhor nos levará por meio de nossas vidas, passo a passo, e nos mostrará que Ele não cometeu nenhum erro no que Ele nos permitiu passar. Naquele dia, Ele responderá a todas as perguntas difíceis que temos sobre nossas vidas, e Ele nos mostrará que havia um propósito divino de amor por trás de tudo e um “sendo necessário” para tudo (1 Pedro 1:6). No tribunal, o Senhor nos mostrará que não derramamos uma lágrima despercebida. Aprenderemos que cada grama de sofrimento e tristeza pela qual passamos foi pesada em Suas divinas balanças no mais terno amor, antes de ser colocado sobre nós. Ele nos mostrará que isso foi usado para nos conformar à Sua própria imagem (Rm 8:28-29). E diremos: “O caminho de Deus é perfeito” (Sl 18:30). Como resultado, nós O louvaremos de uma maneira muito maior e mais significativa do que jamais faríamos, se não tivéssemos tido a experiência do tribunal.
III) O Senhor nos concederá recompensas por aquilo que fizemos por causa do Seu nome. Ele usará a ocasião do tribunal para determinar nossas recompensas no reino. Quando recebermos uma recompensa pela menor coisa que fizemos por Ele – até mesmo algo tão insignificante como dar água em Seu nome (Mt 10:42) – seremos surpreendidos por isso e O louvaremos muito mais. Naquele dia, Ele encontrará algo para recompensar todo crente. “então cada um receberá de Deus o louvor” (1 Co 4:5). Ele encontrará coisas feitas para Si que há muito esquecemos, e ficaremos maravilhados que Ele nos dará uma recompensa por isso.

Feitos grandiosos que nos tornou convencidos,
Ele mostrará que eram apenas pecado.
Atos de bondade, há muito esquecidos,
Eram para Ele, é o que será mostrado.

É ainda mais difícil acreditar que, quando chegarmos lá, Ele nos louvará! “então cada um receberá de Deus o louvor”. Podemos ter pensado que iríamos ao céu para louvá-Lo – o que certamente é verdade – mas quando chegarmos lá Ele também nos louvará! Isso é surpreendente. Não será no senso comum de adoração, é claro, mas Ele dirá a cada um de nós: “Bem está, servo bom e fiel” (Mt 25:21). Nós seremos maravilhosamente humilhados pela Sua graça e bondade, e o grande resultado será que nós encheremos os céus com o Seu louvor porque Ele é digno.
b) Nos Motiva a Viver para Cristo
O outro propósito para o tribunal de Cristo é nos motivar a viver para Cristo agora. Este é o contexto no qual Paulo estava escrevendo neste quinto capítulo. Deus pretende que esse evento futuro tenha um efeito presente em nós. Quando percebemos que tudo o que fazemos para o Senhor vai ter uma recompensa no dia futuro, e que podemos perder nossa recompensa se vivermos para nós mesmos agora, isso deve nos motivar a começar a ajuntar tesouros no céu para aquele dia (Mt 6:20-21).
Já foi dito que não devemos fazer as coisas apenas para obter uma recompensa; tudo deve ser feito com o desejo de agradar ao Senhor. Isso é verdade; nosso maior motivo para as coisas que fazemos deve ser puramente porque amamos o Senhor e queremos agradá-Lo. No entanto, o Sr. Kohler costumava dizer: “Quero pegar todas as coroas que conseguir, porque naquele dia terei mais para lançar a Seus pés!” (Ap 4:10).
V. 11 – A realidade da revisão diante do tribunal de Cristo num futuro próximo produziu um duplo efeito que estava presente em Paulo e seus cooperadores. Deveria fazer o mesmo efeito em nós. Em primeiro lugar, eles foram motivados pelo “temor que se deve ao Senhor”. O pensamento do “temor” de Deus contra o pecado fez com que pensassem nos incrédulos e em sua sorte ante o tribunal. Isso os levou a usar toda a sua energia para “persuadir os homens” a fugir da ira vindoura. Assim, Paulo se lançou na obra do Senhor. Nota: ele era fervoroso em seu serviço, não para obter uma recompensa, mas sim por preocupação com aqueles que viviam sem referência à eternidade. Em segundo lugar, o pensamento do tribunal o levou a viver agora como “manifesto a Deus” e nas “consciências” dos santos. Em outras palavras, ele queria ser transparente diante de Deus e dos homens em relação a seus motivos no serviço. Ele desejou que todos vissem que seus motivos eram puros.

  • Quanto ao mundo – Paulo procurou “persuadir os homens”.
  • Quanto a ele – Paulo andava conscientemente sob os olhos do Senhor que tudo vê, como “manifesto a Deus”.
  • Quanto aos santos – Paulo procurou andar de um modo que “recomendasse” a si mesmo às suas consciências.


Sabendo que logo seremos “manifestos” diante do tribunal de Cristo, devemos estimular um exercício presente em nós para usar nossa energia no serviço do Senhor, e para viver aberta e honestamente diante de Deus e dos homens.
Vs. 12-13 – Percebendo que o que ele acabara de dizer poderia ser mal entendido como sendo um autoelogio, Paulo esclarece suas declarações dizendo que não estava tentando “recomendar-se” a si mesmo. Ele estava, antes, deixando os santos conhecerem a sinceridade piedosa de sua vida e ministério, de modo que eles teriam “algo para responder” (KJV) àqueles que o atacavam com seus relatos caluniosos.
O zelo que impulsionou Paulo a servir ao Senhor com toda a sua energia levou seus críticos a rotulá-lo como um fanático que estava “fora” (JND) de si mesmo. Sua pregação e ensino apaixonados foram interpretados como sendo de um homem que era mentalmente instável e, portanto, não confiável.
Paulo responde a essa insinuação dizendo que se sua devoção ao Senhor se parecia assim, em ambos os casos (quer estivesse em êxtase ou sóbrio) era porque seus motivos eram totalmente não egoístas. Ele amava a Deus e se importava profundamente com os santos de Deus.

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