segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Um Apóstolo de Cristo tem Poder Especial no Ministério para Livrar Pessoas das Ideias Falsas e Produzir Nelas a Obediência de Cristo


Um Apóstolo de Cristo tem Poder Especial no Ministério para Livrar Pessoas das Ideias Falsas e Produzir Nelas a Obediência de Cristo

Capítulo 10:1-6 – A primeira marca distintiva de um verdadeiro apóstolo que Paulo aponta é que ele foi dotado com poder especial de Deus no ministério para livrar pessoas das suas ideias falsas e produzir nelas “a obediência de Cristo” (v. 5). Os inimigos de Paulo o acusaram de andar “segundo a carne” e usar métodos “carnais” em seu serviço, supondo que fosse um homem carnal (v. 2). Ele faz defesa contra isso e, ao mesmo tempo, usa a oportunidade para mostrar os verdadeiros meios do ministério apostólico.
Vs. 1-2 – Expor esses opositores era uma questão delicada, porque poderia ser interpretado que Paulo estava utilizando as mesmas táticas que usaram contra ele. Por isso, sua defesa deveria ser feita em um espírito correto. Portanto, ele sabiamente abordou o assunto em “mansidão e benignidade de Cristo”. Em outra passagem Paulo disse: E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor; instruindo com mansidão os que resistem(2 Tm 2:24-25). Isso é algo que devemos lembrar quando temos de enfrentar oposição. “Mansidão” tem a ver com o caráter de uma pessoa; “benignidade” tem a ver com as maneiras de uma pessoa. Se formos mansos, não ofenderemos; se formos benignos, alcançaremos o coração daqueles a quem falamos.
Paulo reconhece que não tinha aparência nem personalidade que os gregos mundanos admiravam, sendo “humilde” na presença, embora tivesse sido “ousado” para com eles na escrita de sua primeira carta. Seus opositores viram isso como uma tática carnal de intimidação, portanto, ele explica por que houve essa mudança em relação a eles. Antes em sua história, quando estava lá com eles (At 18), a assembleia estava indo adequadamente bem, e não havia necessidade de falar-lhes severamente. Mas depois, quando ele os deixou, a assembleia entrou em terrível mal e desordem. Daí surgiu a necessidade de falar-lhes firmemente. Isso foi uma coisa tão óbvia que Paulo passa a tratar com a acusação que lhe fizeram de andar “segundo a carne”. Ao abordar isso, ele deixa claro que sua ousadia era realmente “contra alguns” (KJV), distinguindo assim os difamadores do resto dos coríntios.
Vs. 3-5 – A resposta de Paulo foi que, enquanto ele e seus cooperadores “andam em carne(JND), eles não militam segundo a carne. Paulo usa a palavra “carne” de duas formas aqui. A primeira descreve a fragilidade humana de todos os homens. Paulo (como todos os outros homens) andou como tal. A segunda é uma referência à velha natureza pecaminosa, e Paulo não travaria o combate Cristão de acordo com os métodos carnais e mundanos daquela natureza caída. (Note a ausência do artigo “a” quando se fala do primeiro uso da palavra “carne”, e a presença dele no segundo. Isto é bastante consistente ao longo das epístolas na Tradução J. N. Darby.) Armas carnais não podem subjugar a carne tanto quanto Satanás não pode expulsar Satanás. O combate Cristão, por outro lado, é uma batalha espiritual, combatida por meios espirituais. As “armas” desse combate – a Palavra de Deus e a oração – são sim poderosas em Deus.
Muitos dos trabalhos apostólicos de Paulo no ministério envolveram a “destruição” das “fortalezas” espirituais do inimigo. Estas são ideias e crenças errôneas que estão obstinadamente alojadas nas mentes dos homens, que Satanás usa para mantê-los longe do conhecimento da verdade. Tais “conselhos [raciocínios – ATB] e toda altivez” levantam-se contra “o conhecimento de Deus”, e assim impedem a pessoa de ver a verdade. Essas fortalezas precisam ser derrubadas se os homens vão ser abençoados, e isso não pode ser feito por argumentos carnais (2 Tm 2:14). A apresentação da verdade no poder do Espírito é o que derruba essas ideias falsas. Embora todo ministro Cristão use essas armas espirituais (a Palavra de Deus e a oração) em seu serviço ao Senhor, ninguém além de um apóstolo poderia usá-las com tal poder e eficácia.
O recebimento da verdade é mais do que julgar e deixar de lado ideias erradas; todo nosso “entendimento” sobre assuntos espirituais deve ser levado cativo “à obediência de Cristo”. Paulo não disse “obediência a Cristo”, como algumas traduções o fazem, mas “a obediência de Cristo”. Isto se refere ao tipo de obediência que Cristo teve em Sua vida – uma submissão voluntária ao Seu Pai. É uma obediência que procede do amor (Jo 14:31). Esse foi o caráter de obediência que Paulo trabalhou para com todos os homens.
Esta é a primeira grande marca de um verdadeiro apóstolo de Cristo que Paulo enfatiza. Um apóstolo tem armas espirituais em seu combate que são poderosas em Deus produzindo a obediência de Cristo nos santos. Em contraste com isso, a influência dos falsos apóstolos entre os coríntios apenas promoveu a desobediência naquela assembleia.
V. 6 – Por meio da escrita da primeira carta de Paulo, os coríntios, em obediência piedosa, trataram da desobediência em seu meio tirando o ofensor da comunhão e colocando em ordem as outras coisas necessárias na assembleia. Mas Paulo deixa claro aqui que “toda desobediência” não foi vingada. Esta foi uma alusão aos difamadores em seu meio que estavam minando a ele e seu apostolado. Ele deixa claro que estava pronto para vingar” isso, usando seu poder apostólico para disciplinar esses opositores (Compare 1 Tm 1:20). Além disso, disse que o faria quando a “obediência” deles fosse “cumprida” na restauração do irmão arrependido (cap. 2:9).

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