A DEFESA DA AUTORIDADE APOSTÓLICA DE PAULO
(Capítulos 10-13)
Os últimos quatro capítulos da epístola são
uma defesa do apostolado de Paulo. Defender seu apostolado era a parte mais
difícil e dolorosa de suas comunicações com os coríntios, porque ele teria que
falar de si mesmo mais diretamente do que havia feito na primeira seção da
epístola – e isso era algo que ele não queria fazer. Exigia também expor
diretamente seus difamadores que estavam desafiando seu apostolado – o que era
outra coisa que ele não desejava fazer.
É muito interessante ver as credenciais que
Paulo dá nesses capítulos para provar que era verdadeiramente um apóstolo de
Cristo. Ele não apresentou um diploma para mostrar que ele se formou em alguma
faculdade reconhecida. Também não apresenta uma carta oficial assinada pelos
apóstolos em Jerusalém afirmando que eles o tinham ordenado. Em vez disso, ele
apresenta os sinais de um verdadeiro apóstolo e seu trabalho. Todos os
Cristãos, uma vez que são ministros de Cristo, deveriam ter as características
morais descritas nos capítulos 1-7, mas não podem alegar ter esses poderes e sinais
apostólicos a que Paulo se refere nesta seção – pelo menos não nas proporções
em que ele fala (Talvez seja por isso que essas coisas são tratadas em uma
seção separada da epístola). Esses sinais, dos quais Paulo agora fala, atestam
inegavelmente o fato de que ele era realmente um apóstolo.
Na
primeira seção da epístola (caps. 1-7), Paulo estava se dirigindo à grande
maioria dos coríntios os quais considerava seus amigos, e estava se esforçando
para remover as suspeitas que
talvez eles tivessem em relação à sua integridade e sinceridade como ministro
de Cristo. Confiando que havia ganhado a confiança dos santos nos capítulos
anteriores, ele agora lida com seus oponentes mais diretamente. Sem
mencioná-los pelos nomes, ele confronta, expõe e repreende aqueles que o
criticaram e ao seu apostolado; ao mesmo tempo, ele apresenta um retrato do que
é um verdadeiro apóstolo.
Esses falsos obreiros estavam se gloriando na
carne e, para exaltarem a si mesmos, procuravam desacreditar o apóstolo,
questionando a autoridade apostólica dada a ele por Deus. Eles fizeram certas
acusações contra ele em uma tentativa de atacar seu caráter e contradizer seus
ensinamentos, e finalmente eles assumiram uma falsa autoridade sobre seus
convertidos em Corinto. Assim, tornou-se necessário que Paulo reivindicasse seu
apostolado e, ao mesmo tempo, informasse e alertasse os coríntios desses falsos
obreiros. Eles precisavam ver esses charlatães como realmente eram – “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos” que estavam
fazendo a obra de Satanás entre os santos (cap. 11:13-15).
Paulo esperou para tratar deste assunto por
último, confiando que os capítulos anteriores tivessem estabelecido a confiança
dos coríntios nele e, portanto, aceitando o que estava prestes a dizer nesta
exposição. Uma vez que esta era uma carta aberta à assembleia, ele não poderia
ser acusado de estar dizendo essas coisas pelas costas de seus críticos, como
foi o caso de seus difamadores.
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