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2a. Coríntios - As Características de um Verdadeiro Ministro de Cristo - Bruce Anstey
© Christian Truth Publishing - 9-B Appledale Road Hamer Bay (Mactier) ON P0C 1H0 CANADA - Traduzido, publicado e distribuído no Brasil com autorização do autor por Verdades Vivas - verdadesvivas.com.br
sábado, 8 de setembro de 2018
segunda-feira, 3 de setembro de 2018
Cinco Curtas Exortações
Cinco Curtas Exortações
Ele dá cinco breves
exortações. Se essas coisas fossem praticadas, os coríntios teriam uma
assembleia feliz e saudável.
A primeira exortação é “regozijai-vos”.
Isso só resultaria ao seguir em comunhão com o Senhor.
A segunda é “sede aperfeiçoados”
(JND). Esta é uma referência ao cumprimento de sua responsabilidade em lidar
com a questão pendente em seu meio – ou seja, permitir que os falsos mestres
ministrem.
A terceira é “sede
encorajados” (JND). Esta é uma referência direta à necessidade de receber
as admoestações que Paulo lhes deu nesta carta em um bom espírito.
A quarta é “tende um mesmo
espírito” – (ATB). Isso estava ligado à sua necessidade de ter unidade de
pensamento na assembleia.
A quinta é “vivei em paz”.
Isso resultaria de terem unidade de pensamento o que levaria à unidade de ação,
que é tão importante na vida em assembleia.
Se os coríntios considerassem essas exortações finais, eles
poderiam contar com “o Deus de amor e
paz” estando “com” eles. Ele já
estava no meio deles, mas se continuassem em bom estado, isso seria manifestado
em poder.
- “Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo” (v. 12) é uma expressão da comunhão uns com os outros.
- “Todos os santos” saúdam os coríntios (v. 13), é uma expressão da comunhão com outras assembleias.
- “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos” (v. 14) é comunhão com a Divina Trindade.
A Saudação Final
A Saudação Final
Vs. 11-14 – Então, na saudação final, vemos que Paulo não
pretendia apenas restaurar a comunhão dos coríntios consigo mesmo, mas também
uns com os outros e com todos os santos – e com “o Deus de amor e paz”.
Oração do Apóstolo pelos Coríntios
Oração do Apóstolo pelos Coríntios
Vs. 7-10 – No encerramento da epístola, Paulo expressa seu desejo
e oração por eles como uma assembleia. Ele ora para que eles “não façam mal” em desafiar seu
apostolado e permitir que os falsos mestres tenham livre domínio na assembleia.
Ele deixa claro que sua oração não era
para que ele e seus cooperadores fossem “achados”
em uma melhor luz e fossem “aprovados”,
mas que eles se comportassem corretamente como uma assembleia Cristã deveria
ser nestes assuntos. Em outras palavras, não queria que fizessem isso apenas
para que ele e seus cooperadores parecessem aprovados, mas que continuariam
corretamente, mesmo que isso significasse que ele, e aqueles com ele,
parecessem “reprovados”. Aqui vemos
outro exemplo da disposição de Paulo em sacrificar sua reputação pessoal se
isso significasse que outros seguiriam com o Senhor. Isso mostrou que não
estava no ministério para se promover. O Sr. W. MacDonald disse: “Se Paulo
fosse a Corinto com uma vara e afirmasse sua autoridade, e conseguisse obter
obediência às suas instruções relativas à disciplina, então ele poderia usar
isso como um argumento contra os falsos mestres. Ele poderia dizer que isso era
evidência de sua autoridade legal. Mas ele preferiria que os coríntios tomassem
as medidas necessárias sozinhos, na sua ausência, mesmo que isso pudesse
colocá-lo sob uma luz desfavorável no que diz respeito aos legalistas”.
V. 8 – Paulo e os outros apóstolos fizeram apenas aquilo que promovia
“a verdade”. Ao dizer isso, ele
queria apagar qualquer pensamento que eles pudessem ter tido de que estava
agindo em vingança pessoal em relação aos falsos mestres; todas as suas
instruções eram “pela verdade” e
pela glória de Deus.
V. 9 – Paulo também orou pelo “aperfeiçoamento”
(ARA) deles quanto à sua condição coletiva como assembleia. Ele diz que, se sua
fraqueza, humilhação e reprovação resultassem no fortalecimento deles nas
coisas de Deus, então ele estaria “feliz”
(KJV) por isso. Isso novamente mostra a total abnegação do apóstolo.
V. 10 – Ele explica porque escreveu a epístola.
Ele escreveu “estando ausente”
deles, esperando que isso os exercitasse ainda mais para corrigir os problemas
remanescentes entre eles – a saber, a permissão de falsos mestres entre eles e
o questionamento do apostolado de Paulo. “Estando
presente” com eles, teria de “usar
rigor” de acordo com seu poder apostólico e, assim, iria tratar com o mal
que ainda estava no meio deles. Mas ele não queria fazer isso, porque o
primeiro propósito de seu poder apostólico era para a “edificação” dos santos, e não para sua “destruição”. Ele já havia mencionado isso no capítulo 10:8.
OBSERVAÇÕES FINAIS
OBSERVAÇÕES FINAIS
Capítulo 13:1-2 – Paulo conclui a defesa de seu apostolado dando
uma advertência solene em vista da aproximação de sua visita a Corinto. Se não
houvesse arrependimento e correção por parte dos coríntios em relação à
permissão dos falsos mestres no meio deles, ele acharia necessário demonstrar
sua autoridade apostólica exercendo disciplina sobre eles.
Ele faz uma “terceira”
proposta para ir até eles “pela segunda
vez”, lembrando-lhes de que se fosse e os encontrasse em um estado tal como
temia, ele “não lhes perdoaria”, mas
trataria com a assembleia em julgamento. Tal, é claro, seria fundamentado em
fatos bem comprovados, porque todas as ações disciplinares devem estar de
acordo com o princípio: “Por boca de
duas ou três testemunhas será confirmada toda a palavra”.
Capítulo 13:3-6 – Por meio da influência dos falsos apóstolos e
obreiros entre os coríntios, eles realmente pediram a Paulo por “uma prova de que Cristo fala” por meio
dele! Antes de responder a essa objeção, em um parêntese do meio do versículo 3
ao versículo 4, Paulo lhes diz que muitas vezes Deus trabalha por meio de
fraqueza externa. Ele aponta para o próprio Senhor. O Senhor não era “fraco” para com os coríntios quando o
evangelho os alcançou; Ele fez uma tremenda revolução em suas vidas
abençoando-os por seu recebimento em fé como seu Salvador (v. 3b). Mas na vida
e ministério do Senhor na Terra, estava cercado de fraqueza externa e foi “crucificado em fraqueza” (ARA).
Contudo, na ressurreição, o Senhor vive “pelo
poder de Deus”. Esse mesmo poder opera no ministério por meio dos fracos servos
do Senhor para com os santos. Os coríntios, no entanto, veriam o poder de Deus
para com eles de outra maneira, se continuassem a permitir aquele ambiente de falsos
apóstolos circulando entre eles – e não seria uma coisa agradável. Paulo teria
que exercer o juízo quando viesse.
Então, nos versículos 5-6, Paulo assume o desafio de seus
opositores quanto a se Cristo estava realmente falando nele. Os falsos mestres
entre eles haviam questionado seu apostolado, e os coríntios tolamente
escutaram esses questionamentos. Mas eles eram as últimas pessoas que deveriam
ter dúvidas sobre se Cristo havia falado por meio de Paulo. Isso mostra que
estavam sob a influência da ideologia grega da época que idolatrava a força e a
beleza humanas, e haviam interpretado erroneamente a fraqueza corporal de
Paulo, e isso os levou a concluir que ele não era um apóstolo de Cristo. A
resposta de Paulo a esses pensamentos mundanos é: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé”. Sendo seus
convertidos, eles eram a prova de seu apostolado. Se queriam credenciais, tudo
o que tinham de fazer era olhar para si mesmos!
O versículo 5 tem sido frequentemente transformado em um apelo
para autoexame, e até mesmo fez com que alguns duvidassem de sua salvação. As
Escrituras não ensinam que devemos olhar dentro de nós mesmos para encontrar a
certeza de nossa salvação; isso só levará às dúvidas e ao desânimo. Devemos
olhar para trás, para a cruz, para
agradecer a Ele por tudo o que fez; olhar para frente para confiar n’Ele para o que está por vir; olhar para cima para esperar Sua vinda a qualquer
momento; olhar ao redor para
servi-Lo; mas nunca olhar para dentro. A introspecção é uma coisa perigosa – invariavelmente
leva à ocupação consigo mesmo e ao desânimo.
A certeza da nossa salvação provém de considerar o que Deus disse
em Sua Palavra. O “testemunho” é
encontrado em Sua Palavra (Hb 10:15-17), não em nós mesmos. Descansar na fé no
que a Palavra de Deus diz sobre Cristo ressuscitado e nossa aceitação n’Ele é o
que dá paz interior (Rm 8:1-6).
Paulo não estava pedindo que se engajassem no autoexame como prova
de sua salvação, mas sim que encontrariam na sua própria salvação uma prova de
seu apostolado. Com um tom de ironia, ele acrescenta que, a não ser, é claro,
eles estivessem “reprovados” –
impostores sem valor e inúteis. O que eles estavam insinuando de Paulo
significava que eles mesmos não eram salvos! Se fosse esse o caso, então Cristo
não estava falando por meio dele. No entanto, Paulo estava confiante de que
depois de terem feito um exame rápido de si mesmos como estando definitivamente
na fé, eles saberiam que ele não era um impostor, mas um apóstolo de fato. Ele
diz: “Mas espero que entendereis que nós
não somos reprovados” (v. 6).
Um Apóstolo de Cristo tem Poder do Senhor para Fazer Sinais e Maravilhas
Um Apóstolo de Cristo tem Poder do Senhor para Fazer Sinais e Maravilhas
Capítulo 12:11-12 – Os oponentes de Paulo o “constrangeram” a adotar um método de defesa, que ele declara ser “néscio”. Ele agora começa a falar de
outra prova de seu apostolado – “sinais,
prodígios e maravilhas”. É interessante que Paulo tenha deixado isso para a
última de suas demonstrações; nós provavelmente teríamos manifestado isso
primeiro.
Antes de se referir a esses sinais e maravilhas, Paulo parece usar
um pouco de ironia ao mencionar primeiro a “paciência”.
Com efeito, ele diz: “Como vocês poderiam questionar se eu sou um apóstolo?
Basta olhar para toda a paciência que tive com vocês; isso em si deve provar
que eu o sou!”. Quando se tratava de sinais, prodígios e maravilhas, os coríntios
deveriam ter sido os que o recomendassem, pois fizera muitos milagres no meio
deles. Se surgisse uma pergunta dos opositores de Paulo, eles deveriam estar
prontos para enfrentar o desafio e defendê-lo. Eles, entre todo mundo, haviam
testemunhado a prova de que ele não foi em nada “inferior
aos mais excelentes apóstolos”.
Capítulos 12:13-15 – Continuando sua ironia, Paulo pergunta se
havia alguma coisa em particular que houvesse feito aos coríntios que os
levaria a duvidar de sua autoridade como apóstolo. Eles não ficavam atrás de
nenhuma assembleia em dons espirituais (1 Co 1:7), mas neste assunto ele diz
que foram “inferiores às outras
assembleias” (JND), pois as outras assembleias o reconheceram como um
apóstolo. Ele pergunta se foi sua recusa abnegada para não ser pesado com
remuneração financeira por seus trabalhos. Se assim for, ele diz que devem
exercer a verdadeira graça Cristã e perdoá-lo “este agravo”.
Ele diz que, se sua “terceira”
proposta da prometida segunda visita fosse realizada, ele faria a mesma coisa
novamente, e não lhes seria “pesado”,
porque queria que soubessem que seus motivos para com eles eram puros. Ele não
tinha interesse em tirar nada deles. Ele diz: “Pois
que não busco o que é vosso, mas sim a vós”. Como um verdadeiro pai em Cristo, Paulo estava
preparado para provê-los. Ele não queria tirar deles; queria dar a eles
(espiritualmente). Mesmo na vida natural
“não
devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais para os filhos”.
Essa mesma ordem deveria prevalecer nas coisas espirituais. Ele com satisfação
pôde dizer “gastarei tudo e serei
inteiramente gasto por amor das vossas almas” (ATB). “Gastar” é
voluntariamente se utilizar de recursos próprios e dar onde houver necessidade.
“Ser gasto” é ter alguém que tire proveito dos recursos alheios sem o seu
consentimento. Em ambos os casos, Paulo estava feliz por isso em relação ao seu
cuidado com o estado dos coríntios. Se isso significasse que cresceriam nas
coisas de Deus, ele estava disposto a isso. Eles receberam muito dele, mas não
apreciaram. Ele diz: “ainda que,
amando-vos cada vez mais, seja menos amado”.
Capítulo 12:16-18 – Paulo previu que quando os coríntios recebessem esta carta
da mão de “Tito” e “um irmão”, poderiam acusá-lo de
tentar se ressarcir a
si próprio. Ele percebeu que não estava longe deles o acusarem de manter uma
aparência de não tirar nada deles, mas na realidade enviar aqueles irmãos para
receber por ele. Por isso, Paulo se ocupa dessa falsa acusação e responde: “sendo astuto, vos tomei com dolo”. Ele
já havia dito nos capítulos 8-9 que a coleta que Tito e o outro irmão iriam
pegar com eles era para os santos pobres em Jerusalém; não era para ele. O
mesmo espírito que havia em Paulo em seus labores entre os coríntios estava
naqueles que trabalhavam com ele. Ele diz que andaram com o “mesmo espírito” e nas “mesmas pisadas” dele e que recusariam
todos os benefícios.
Capítulo 12:19 – Ao falar dessa maneira, os coríntios poderiam ter
pensado que Paulo estava tentando se justificar. Paulo se antecipa a isso
também, dizendo que ele e seus cooperadores não estavam tentando “se desculpar”, mas falavam “em Cristo perante Deus” com uma boa
consciência de que estavam afirmando a verdade. Eles procuravam fazer “todas as coisas” (ATB) para a “edificação” deles, e não se
rebaixariam a tais métodos dissimulados para obter dinheiro dos coríntios.
Capítulo 12:20-21 – Apesar do bom resultado que a primeira
epístola produziu, Paulo temia que, quando novamente visitasse Corinto, os
encontrasse em péssimo estado. Ele temia isso porque sabia que, se os falsos
mestres permanecessem entre eles, sua influência maligna corromperia a moral
dos coríntios. Isso mostra que má doutrina leva à prática do mal. Paulo
declarou esse fato a Timóteo dizendo: “Mas
evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade” (2 Tm
2:16). Por outro lado, a boa doutrina estabelece uma base na alma que produz
bons costumes. Paulo falava “da verdade,
que é segundo a piedade” (Tt 1:1). Isso mostra o quão sério era a questão
de ter esses falsos obreiros entre os coríntios.
Além disso, Paulo menciona que “pendências, invejas, iras, porfias, detrações, mexericos, orgulhos,
tumultos” levariam a pecados maiores de
“imundícia, fornicação e desonestidade”. Isso levaria toda a assembleia à
destruição. Ele sabia que se não tivessem “se
arrependido” de seus antigos pecados dos seus dias antes da conversão, tais
pecados voltariam para suas vidas por meio da influência desses professores
malignos.
J. N. Darby apontou que o capítulo 12 começa com o mais alto
privilégio que um Cristão poderia ter e depois encerra com o mais baixo dos
pecados que um Cristão poderia cometer. Entre os dois há “o poder de Cristo” disponível a todos os crentes para produzir o
bem e deter o mal.
CONCLUSÃO: Em cada uma dessas marcas de um verdadeiro
apóstolo, Paulo mostrou que fora aprovado e,
portanto, era um apóstolo de fato. Ele também mostrou que os falsos mestres
entre os coríntios não passaram no teste das marcas que distinguem um apóstolo
e, assim, provaram que eram falsos apóstolos.
Três Céus nas Escrituras
Três Céus nas Escrituras
- Os “céus” estelares – os céus físicos (Gn 1:1; Sl 19:1).
- Os “lugares celestiais” – o esfera da atividade espiritual (Ef 1:3).
- O “terceiro céu” – a morada de Deus (2 Co 12:2).
Paulo chama o terceiro céu de “paraíso”.
É uma cena de alegria, beleza e glória onde Deus habita em luz e amor. É onde o
ladrão na cruz foi imediatamente após a morte (Lc 23:43) e onde todos os
redimidos estão ou estarão.
Capítulo 12:5-6 – Em vez de se gloriar nessa maravilhosa experiência,
Paulo nos fala das “enfermidades” (KJV)
que o Senhor permitiu que tivesse quando voltou à consciência, na Terra. Isso
mais uma vez é uma prova de sua humildade.
Capítulo 12:7 – Tais eram as elevadas visões e revelações que
Paulo experimentou que havia perigo de o orgulho surgir em seu coração. A carne
nele não havia mudado pela experiência. Por isso, o Senhor permitiu um “mensageiro de Satanás” para o “esbofetear” com uma aflição corporal
desconhecida. Paulo chama isso de “um
espinho na carne”. Se o Senhor não tivesse feito isso, a carne teria se
intrometido no trabalho de Paulo e estragado sua utilidade no serviço. Em
condições normais, a carne deve ser mantida inativa
no crente pelo andar no Espírito (Rm 6:11-14; Gl
5:16). Mas esta não era uma experiência comum e, portanto, exigiu um especial “espinho na carne”.
Isso nos mostra que a carne não é erradicada do crente por ter uma
elevada experiência espiritual, como o Movimento de Santidade falsamente afirma. Magníficos
privilégios e experiências espirituais não mudam a carne – nem mesmo de um
apóstolo. Paulo não precisou do espinho quando foi arrebatado para o terceiro
céu, mas precisou quando voltou à Terra.
Paulo não diz qual era o “espinho”,
apenas que era uma enfermidade (v. 9). Foi alguma doença ou chaga corporal. Alguns
especularam que, porque ele se refere a um problema que tinha com os olhos
quando escreveu aos gálatas, que talvez fosse uma doença em seus olhos (Gl
4:15). Tudo o que realmente sabemos é que foi algo que fez Paulo desprezível
aos olhos dos outros e, portanto, foi usado pelo Senhor para impedi-lo de exaltar-se
com orgulho. O espinho não foi enviado para corrigir o mal da carne em
Paulo – pois a carne não pode ser corrigida (Jo 3:6) – mas ajudá-lo em uma
medida preventiva contra a carne se deixar levar pela sua própria importância.
Assim,
o espinho teve um efeito duplo em Paulo:
- Mantinha-o em humilde dependência do Senhor.
- Guardou os santos de exaltá-lo como algum excepcional servo de Deus.
Ele diz: “Para que não me
exaltasse”. Algumas versões acrescentam “demais”, mas essa palavra não está
no texto grego. Ela faz parecer que Paulo estava dizendo que seria aceitável
exaltar a si mesmo, mas não muito. Isso, é claro, não transmite o ponto que
Paulo estava expondo. A exaltação própria é sempre perigosa – mesmo que um
pouco dela. Guardemo-nos de ter um espírito pretensioso e arrogante que
aproveitasse algum incidente ou experiência em nossas vidas que pudéssemos usar
para nos exaltar e que desse aos outros uma impressão de uma espiritualidade e
devoção que realmente não possuímos.
Capítulo 12:8-10 – Paulo inicialmente pensou que o espinho o
atrapalharia no seu serviço, e diz que “acerca disto três vezes implorei ao
Senhor que o espinho se apartasse de mim”
(ATB). Em perfeita sabedoria, o Senhor respondeu à
sua oração, mas não ao seu pedido da oração. O Senhor não removeu a aflição,
mas usou-a para ensinar a Paulo algumas importantes lições espirituais que
trabalhariam para preservá-lo em seu serviço. Quando ele discerniu que não era
a vontade do Senhor tirar-lhe a provação, se submeteu “de boa vontade”, pois só queria ter a vontade do Senhor em sua
vida. Em troca, o Senhor lhe deu a garantia de Sua suficiência em graça para
sustentá-lo na enfermidade, e isso confortou seu coração. Isso permitiu suportasse
suas enfermidades, censuras, sofrimentos, etc. Se o Senhor nos deu algum fardo
ou aflição para suportar, não vamos nos queixar disso, mas nos submeter à Sua
vontade na questão – pode ser o Seu modo de nos preservar no caminho, e nos
fazer úteis em Seu serviço.
O resultado imediato da submissão de Paulo no assunto foi que “o poder de Cristo” habitou nele. Todos
os que testemunharam seu ministério viram o Senhor operando por meio dele, e
isso lhes causou uma profunda impressão. Assim, a mesma coisa que Paulo pensava
que atrapalharia seu serviço, na verdade, ajudou-o nele! Ele aprendeu pelo
menos duas grandes coisas com a provação:
- A graça do Senhor é suficiente para sustentar o Seu povo nas provações mais difíceis.
- Fraqueza na provação pode se tornar-se ocasião para manifestar o poder do Senhor.
Isso mostra outra marca que distingue um apóstolo, que ninguém
quer ter – ele tem disciplina especial do
Senhor por causa das sublimes revelações que lhes foram dadas e do trabalho que
é chamado a fazer. O que distinguiu Paulo como um verdadeiro apóstolo de
Cristo não foi apenas o fato de ter essas visões e revelações – porque outros
profetas verdadeiros nos primeiros dias da Igreja também os tiveram (Ef 3:5) – mas
que precisou de disciplina especial na escola de Deus para mantê-lo humilde e
útil. Não há registro desses falsos apóstolos tendo essa credencial. Eles
podiam ter invejado o apostolado de Paulo, mas nenhum deles invejava sua
disciplina. Eles podiam alegar serem apóstolos e terem revelações, etc., mas
deixem que nos mostrem seu “espinho”
na carne que comprovaria isso.
A lição prática para nós aqui é que Deus pode fazer muito mais com
um homem quebrado do que com um homem que parece forte em sua própria força. As
pessoas dizem: “Eu quero me sentir forte”. Mas o que elas precisam sentir é sua
própria fraqueza, porque então o poder do Senhor pode operar por meio delas, e
Ele recebe a glória. Paulo disse: “Quando
estou fraco, então sou forte”.
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